Dia dos Pais: Em cinco anos, Campos registrou cerca de 2 mil crianças sem o nome do genitor na certidão de nascimento
Éder Souza 09/08/2025 15:55 - Atualizado em 09/08/2025 15:55
Cartório
Cartório / Divulgação
Neste domingo (9) é comemorado o Dia dos Pais, data em que os pais e filhos se reúnem para confraternizar. Porém, assim como em boa parte do país, esse dia também revela um dado triste em Campos. Em cinco anos, o município registrou 2.073 crianças sem o nome do pai na certidão de nascimento. Entre julho de 2020 e julho de 2025, 37.204 campistas nasceram, sendo que 5,57% foram registrados apenas com o nome da mãe.

Os dados são do portal da transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), que reúne as informações referentes aos nascimentos, casamentos e óbitos registrados nos cartórios de Campos. Em 2024, foram 409 registros somente com o nome da mãe do total de 6.814 nascidos na cidade. Neste ano, até o mês de julho, 208 crianças foram registradas sem o nome do genitor do total de 4.145 bebês nascidos.

Com seis meses de gestação, a Patrícia xxx, de Campos, conta que foi abandonada pelo genitor do seu filho enquanto estava internada em um hospital para tratar um problema de saúde que comprometia a gravidez.

"Eu fui internada porque que eu tenho um histórico de trombofilia, então eu necessitava de um acompanhamento pela UTI por tempo indeterminado, já que eu poderia ter um aborto espontâneo. Sem previsão de alta e se eu fosse para casa meus gastos seriam em torno de R$3.500 com anticoagulante, ele ouviu isso, foi à minha casa onde ele morava comigo, pegou as coisas dele todinha e simplesmente foi embora. Ele esperou eu ficar dentro da UTI para ele pegar as coisas dele e me abandonar.

Os exames de DNA já foram realizados. Segundo a mãe, o homem questionou no início da gestação se, de fato, era pai da criança. Agora, ela tenta na Justiça comprovar a paternidade Mas para ela, o abandono vai além da falta do nome do genitor na documentação da criança.

“Eu falei que não iria me ofender caso ele perguntasse ao médico como se conta o tempo de gestação, já que ele não entendia. Ele tentou me colocar como ré, mas a Justiça negou, porque eu fiz o pedido de exame desde o início da gestação. É muito humilhante. Meu filho vai ser batizado agora na igreja do bairro em que eu nasci e fui criada. É uma sensação de abandono, um sentimento de se sentir rejeitado que eu não desejo para nenhuma criança no mundo”, contou.

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