Matheus Berriel
11/12/2025 17:42 - Atualizado em 11/12/2025 17:44
Flávio Venturini fez show em Campos no último sábado
Ainda em clima de celebração pelos 50 anos de carreira completados em 2024, o cantor e compositor Flávio Venturini se apresentou em Campos na noite do último sábado (6), na casa de eventos Multiplace. Uma oportunidade e tanto para os fãs campistas reencontrá-lo, oito anos após seu último show em solo goitacá.
— Já toquei aqui em Campos várias vezes, mas tinha um tempo que eu não vinha — lembrou ele, que não se apresentava na cidade desde 2017, quando esteve no restaurante Baviera.
O show na Multiplace foi o primeiro de Flávio Venturini após ter encerrado a turnê comemorativa pelas cinco décadas de trajetória musical. Um dia antes, ele dividiu o palco do Qualistage com Ana Cañas, Leila Pinheiro, Gabi Melim, Milton Guedes, Sá (da dupla Sá e Guarabira) e Dado Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Em novembro, lançou o álbum "Minha História", com participações especiais de Djavan, Ivete Sangalo, Guilherme Arantes, Vanessa da Mata, Jota Quest, Frejat, Ritchie, Gloria Groove, Ana Cañas, Gabi Melim, Ney Matogrosso e Roupa Nova. São feitos que demonstram o prestígio do artista mineiro, autor de sucessos como "Espanhola", "Linda juventude", "Mais uma vez" e "Todo azul do mar".
— Muita estrada, uma ótima carreira construída disco a disco, tijolo a tijolo — disse Flávio Venturini em entrevista ao blog. — Sou feliz com a minha carreira, mas tenho alguns projetos que ainda quero realizar, tipo o projeto instrumental "Paisagens Sonoras". São três discos, já gravei um (lançado em 2020). Me sinto realizado no sentido do carinho do público. Sinto muito o carinho do público com o meu trabalho nesse tempo todo — pontuou.
Revelado pelo Clube da Esquina, Flávio Venturini manteve-se amigo dos membros do célebre movimento. Um deles foi Lô Borges, de quem a música brasileira se despediu no início de novembro. A morte de Lô, aos 73 anos, foi lamentada por Venturini.
— A gente estava fazendo um show ano passado: eu, Beto Guedes e Lô Borges. Foi muito legal. Fizemos em várias cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, o interior de Minas também. O Lô era um amigo querido, desde os anos 70. Foi uma pena mesmo. Lamentável — comentou.
Sobre as novas gerações, Flávio Venturini tem opinião formada: os talentos ainda existem, em grande quantidade. O que falta são meios para superar as barreiras impostas pela indústria musical.
— Hoje, a música está muito comercializada, se fabrica muito o sucesso. É claro que tem artistas autênticos, a gente precisa separar as coisas. Mas existe uma tendência mercantilista em torno da mídia, que fabrica muitos artistas. Mas, eu acho que quem tem talento sempre aparece — enfatizou.