Leão XIV tomou posse da cátedra do Bispo de Roma
Pedro Henrique Figueiredo 26/05/2025 16:57 - Atualizado em 26/05/2025 17:04
Papa Leão XIV
Papa Leão XIV / Vatican News
Na tarde desse domingo (25), o Santo Padre Leão XIV, realizou um dos gestos mais marcantes no início de pontificado de um Papa: a tomada de posse da Cátedra do Bispo de Roma na Basílica de São João de Latrão.
No início da celebração eucarística, o vigário do Papa para a Diocese de Roma, card. Baldassare Reina, expressou a alegria da Igreja por este momento. O Papa sentou-se então na cátedra e uma representação da Igreja romana prestou a ele obediência.
A “cátedra” é a sede fixa do bispo, na igreja mãe de uma diocese e vem daí o nome “catedral”. A palavra significa "cadeira", símbolo da autoridade e doutrina evangélica que o bispo, como sucessor dos Apóstolos, é chamado a preservar e transmitir à comunidade cristã.
Roma é considerada sede da cátedra de Pedro porque foi nesta cidade que ele concluiu a sua vida terrena com o martírio. Mais que um trono, representa o serviço e a unidade da Igreja sob a condução do Sucessor de Pedro. Leão XIV no início da sua homilia ressaltou o seguinte:
"A Igreja de Roma é herdeira de uma grande história, enraizada no testemunho de Pedro, de Paulo e de inúmeros mártires, e tem uma única missão, muito bem expressa pelo que está escrito na fachada desta Catedral: ser Mater omnium Ecclesiarum, Mãe de todas as Igrejas”.
Em seguida, a referência foi o Papa Francisco, que com frequência convidava a meditar sobre a dimensão materna da Igreja e sobre as características que lhe são próprias: a ternura, a disponibilidade ao sacrifício e a capacidade de escuta que permite não só socorrer, mas muitas vezes prover às necessidades e às expectativas, antes mesmo que sejam manifestadas.
"Estes são traços que desejamos que cresçam em todo o povo de Deus, e também aqui, na nossa grande família diocesana: nos fiéis e nos pastores, a começar por mim", expressou o Papa.
Leão XIV se inspirou nas leituras da missa para afirmar que todo desafio no anúncio do Evangelho deve ser enfrentado com escuta da voz de Deus e diálogo; que a comunhão se constrói, em primeiro lugar, “de joelhos”, na oração e num compromisso contínuo de conversão.
"E é exatamente assim: somos tanto mais capazes de anunciar o Evangelho quanto mais nos deixamos conquistar e transformar por ele, permitindo que a força do Espírito nos purifique no íntimo, torne simples as nossas palavras, honestos e transparentes os nossos desejos, generosas as nossas ações”.
O Santo Padre manifestou apreço pelo exigente caminho que a Diocese de Roma está percorrendo nestes anos para acolher os seus desafios, dedicando-se sem reservas a projetos corajosos e assumindo riscos, mesmo diante de cenários novos e desafiadores. Neste Jubileu do ano de 2025, tem se esforçado para receber os peregrinos como “um lar de fé”.
"Quanto a mim, expresso o desejo e o compromisso de entrar neste vasto canteiro, colocando-me, na medida do possível, à escuta de todos, para aprender, compreender e decidir juntos: ‘para vós sou Bispo, convosco sou cristão’, como dizia Santo Agostinho. Peço que me ajudem a fazê-lo num esforço comum de oração e caridade”.
Na sua conclusão, Leão XIV manifestou seu carinho por sua nova família diocesana, com um desejo de partilhar com ela alegrias e dores, cansaços e esperanças. "Também eu lhes ofereço 'o pouco que tenho e que sou'", afirmou, citando as palavras do Beato João Paulo I na mesma ocasião em 1978. E confiou todos à intercessão dos Santos Pedro e Paulo e "de tantos outros irmãos e irmãs, cuja santidade iluminou a história desta Igreja e as ruas desta cidade. Que a Virgem Maria nos acompanhe e interceda por nós".

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