Dia D do Abacaxi em São Francisco destaca força produtiva do Norte Fluminense
O Dia D do Abacaxi reuniu produtores, técnicos e pesquisadores no último sábado (30), na localidade de Imburi, São Francisco de Itabapoana. O evento foi realizado pela Associação dos Produtores de Abacaxi, APRA - Rio, que reúne a cadeia produtiva da fruta no Norte Fluminense. O encontro contou com apoio da Emater-Rio, Uenf e Embrapa, uma oportunidade que promoveu debates sobre produtividade, novas variedades, desafios e os avanços para a criação da Indicação Geográfica (IG) do abacaxi da região.
Para o presidente da APRA-Rio, Heraldo Meirelles, a produção de abacaxi vive um momento de crescimento, o que só pode ser realizado com apoio de pesquisas importantes da Uenf e também da Embrapa. A associação existe há pouco mais de um ano, principalmente por meio dela, as modificações do campo vão repercutir na economia.
“Vivemos um momento único. Duas variedades já foram lançadas e outras estão prestes a chegar ao produtor. São plantas mais resistentes, que ajudam a enfrentar doenças como a fusariose e garantem mais produtividade. O objetivo é oferecer um abacaxi que atenda a diferentes públicos, mais doce, mais ácido ou mais firme”, afirmou. Ele reforçou ainda a importância do atendimento técnico.
“Quem trabalha no campo segue orientação séria. Produzo orgânico por estratégia de mercado, não por acreditar que o convencional faz mal. O que precisamos é de um manejo correto e informação qualificada”, completou Heraldo.
O Rio de Janeiro está entre os quatro maiores produtores de abacaxi do país. São Francisco de Itabapoana se destaca nacionalmente, enquanto Campos dos Goytacazes, Quissamã e São João da Barra formam, junto com ele, um dos maiores territórios contínuos de produção do Brasil. Segundo a Emater, a área cultivada no estado pode chegar a quase 12 mil hectares.
A padronização dos processos e a necessidade de dados atualizados foram reforçadas pelo professor Paulo César Santos, da UFES, que iniciou seus estudos sobre a cultura no Norte Fluminense há dez anos pela UENF. Para ele, a construção da IG depende de uma leitura precisa da realidade produtiva.
“Os dados oficiais muitas vezes não refletem o campo. Se considerarmos perdas de até 50% por doenças, não podemos trabalhar com médias desatualizadas de 20 mil frutos por hectare. Já temos produtores superando 30 mil. O IG precisa se apoiar em números reais para fortalecer a identidade territorial”, explicou Paulo.
Pesquisadores da Uenf e da Embrapa também destacaram o avanço da produtividade com o uso de variedades mais resistentes, manejo nutricional adequado e técnicas de adensamento, fatores que elevam o percentual de frutas de primeira, o que reflete diretamente na rentabilidade do produtor.
O pesquisador da Embrapa, Raul Castro, ressalta o papel da organização social na sustentabilidade da cultura. “A união dos produtores em São Francisco é animadora. A associação fortalece o trabalho das mulheres, cria oportunidades para os jovens e amplia o acesso a recursos. Onde há renda, o agricultor permanece e prospera”, afirmou.
O IG exige padrões técnicos, rastreabilidade e decisões coletivas. “Abacaxi do Norte Fluminense”, é um selo que garante qualidade, autenticidade e origem da fruta produzida no território. A iniciativa fortalece o produtor, reforça o vínculo cultural da atividade e reconhece a tradição da região na produção do abacaxi.
“A associação será a guardiã da marca. A IG envolve custos, normas e escolhas estratégicas que só fazem sentido quando tomadas de forma conjunta. Um produtor isolado não tem a mesma força que um CNPJ organizado”, explicou Paulo César.
Além dos ganhos produtivos e econômicos, pesquisadores apontaram que a IG amplia o potencial do turismo de experiência, agregando valor ao território. Com o selo, propriedades poderão promover vivências de colheita, degustações, visitas guiadas e roteiros gastronômicos ligados ao abacaxi. A paisagem agrícola, as histórias de família e o modo tradicional de plantar passam a ser, também, atrativos turísticos, ampliando oportunidades para agricultores familiares, mulheres rurais e jovens que desejam permanecer na atividade.
O produtor Neivaldo da Silva Macedo, foi o anfitrião do encontro e um dos primeiros a adotar a variedade Imperial no município. Com quase 20 anos de experiência, ele testemunha a evolução da cultura e acredita que a associação pode trazer muitos benefícios para os produtores de abacaxi.
“Hoje, aqui na propriedade a expectativa é colher até 33 mil frutos por hectare. Há alguns anos a realidade era outra. O abacaxi passou por períodos difíceis, mas de 2015 para cá a cultura ganhou força, o consumo aumentou e o manejo ficou mais técnico. É uma atividade que agrega valor e recompensa quem sabe conduzir bem”, finalizou o produtor.
Com pesquisa, organização produtiva, turismo rural e identidade territorial caminhando juntas, o Norte Fluminense consolida o abacaxi como uma das culturas mais estratégicas e promissoras da fruticultura brasileira. (A.N.)
Para o presidente da APRA-Rio, Heraldo Meirelles, a produção de abacaxi vive um momento de crescimento, o que só pode ser realizado com apoio de pesquisas importantes da Uenf e também da Embrapa. A associação existe há pouco mais de um ano, principalmente por meio dela, as modificações do campo vão repercutir na economia.
“Vivemos um momento único. Duas variedades já foram lançadas e outras estão prestes a chegar ao produtor. São plantas mais resistentes, que ajudam a enfrentar doenças como a fusariose e garantem mais produtividade. O objetivo é oferecer um abacaxi que atenda a diferentes públicos, mais doce, mais ácido ou mais firme”, afirmou. Ele reforçou ainda a importância do atendimento técnico.
“Quem trabalha no campo segue orientação séria. Produzo orgânico por estratégia de mercado, não por acreditar que o convencional faz mal. O que precisamos é de um manejo correto e informação qualificada”, completou Heraldo.
O Rio de Janeiro está entre os quatro maiores produtores de abacaxi do país. São Francisco de Itabapoana se destaca nacionalmente, enquanto Campos dos Goytacazes, Quissamã e São João da Barra formam, junto com ele, um dos maiores territórios contínuos de produção do Brasil. Segundo a Emater, a área cultivada no estado pode chegar a quase 12 mil hectares.
A padronização dos processos e a necessidade de dados atualizados foram reforçadas pelo professor Paulo César Santos, da UFES, que iniciou seus estudos sobre a cultura no Norte Fluminense há dez anos pela UENF. Para ele, a construção da IG depende de uma leitura precisa da realidade produtiva.
“Os dados oficiais muitas vezes não refletem o campo. Se considerarmos perdas de até 50% por doenças, não podemos trabalhar com médias desatualizadas de 20 mil frutos por hectare. Já temos produtores superando 30 mil. O IG precisa se apoiar em números reais para fortalecer a identidade territorial”, explicou Paulo.
Pesquisadores da Uenf e da Embrapa também destacaram o avanço da produtividade com o uso de variedades mais resistentes, manejo nutricional adequado e técnicas de adensamento, fatores que elevam o percentual de frutas de primeira, o que reflete diretamente na rentabilidade do produtor.
O pesquisador da Embrapa, Raul Castro, ressalta o papel da organização social na sustentabilidade da cultura. “A união dos produtores em São Francisco é animadora. A associação fortalece o trabalho das mulheres, cria oportunidades para os jovens e amplia o acesso a recursos. Onde há renda, o agricultor permanece e prospera”, afirmou.
O IG exige padrões técnicos, rastreabilidade e decisões coletivas. “Abacaxi do Norte Fluminense”, é um selo que garante qualidade, autenticidade e origem da fruta produzida no território. A iniciativa fortalece o produtor, reforça o vínculo cultural da atividade e reconhece a tradição da região na produção do abacaxi.
“A associação será a guardiã da marca. A IG envolve custos, normas e escolhas estratégicas que só fazem sentido quando tomadas de forma conjunta. Um produtor isolado não tem a mesma força que um CNPJ organizado”, explicou Paulo César.
Além dos ganhos produtivos e econômicos, pesquisadores apontaram que a IG amplia o potencial do turismo de experiência, agregando valor ao território. Com o selo, propriedades poderão promover vivências de colheita, degustações, visitas guiadas e roteiros gastronômicos ligados ao abacaxi. A paisagem agrícola, as histórias de família e o modo tradicional de plantar passam a ser, também, atrativos turísticos, ampliando oportunidades para agricultores familiares, mulheres rurais e jovens que desejam permanecer na atividade.
O produtor Neivaldo da Silva Macedo, foi o anfitrião do encontro e um dos primeiros a adotar a variedade Imperial no município. Com quase 20 anos de experiência, ele testemunha a evolução da cultura e acredita que a associação pode trazer muitos benefícios para os produtores de abacaxi.
“Hoje, aqui na propriedade a expectativa é colher até 33 mil frutos por hectare. Há alguns anos a realidade era outra. O abacaxi passou por períodos difíceis, mas de 2015 para cá a cultura ganhou força, o consumo aumentou e o manejo ficou mais técnico. É uma atividade que agrega valor e recompensa quem sabe conduzir bem”, finalizou o produtor.
Com pesquisa, organização produtiva, turismo rural e identidade territorial caminhando juntas, o Norte Fluminense consolida o abacaxi como uma das culturas mais estratégicas e promissoras da fruticultura brasileira. (A.N.)