Saulo Pessanha
05/09/2025 08:36 - Atualizado em 05/09/2025 08:36
O advogado Fernando Silveira criou, nos anos 60, o heterônimo João da Ega, mistura do célebre personagem do romance “Os Maias”, de Eça de Queiroz, e do não menos célebre personagem do conto “O Homem que Falava Javanês”, de Lima Barreto.
As crônicas saíam no jornal “A Cidade” e havia quem tomava Fernando pela pessoa imaginária, achando que ele de fato falava javanês ou que queria alardear conhecimento de uma língua oriental morta.
João da Ega era também uma forma de Fernando Silveira criticar o contador de vantagem, sobretudo os mentirosos que relatam conquistas inverossímeis, inclusive amorosas.
Quando em 1967 o Automóvel Clube Fluminense recebeu várias candidatas ao Miss Universo, que estavam em visita ao Brasil, João da Ega escreveu ter sido a pessoa que mais impressionou as beldades.
O detalhe é que um leitor das crônicas quis saber de Fernando se ele havia transado com uma das misses, todas de uma beleza extraordinária.
Fernando Silveira respondeu que, lamentavelmente, era brocha, mas que João da Ega, seu irmão siamês, chegou com elas a fazer um “ménage a trois”.
O sujeito que fez a pergunta, sem saber naturalmente o que era irmão siamês, nem “ménage a trois”, ficou a ver navios...