Dora Paula Paes
30/04/2025 21:44 - Atualizado em 30/04/2025 21:44
Museu Olavo Cardoso segue em estado de abandono
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Foto: Rodrigo Silveira
Está descartada a necessidade imediata de demolição da fachada do Museu Olavo Cardoso, segundo informou a Prefeitura de Campos. A possibilidade entrou na pauta da reunião do Conselho da Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam), na noite de terça-feira (29).
No entanto, a secretaria de Obras iniciou o isolamento do entorno imóvel, que pertence à Prefeitura, nesta quarta-feira (30), para garantir segurança de quem transita pelo local, na Avenida Sete de Setembro, com a instalação de tapumes. No próximo dia 13, o Ministério Público do Rio de Janeiro realiza uma reunião com abordagem no abandono do imóvel, dentro do curso do Inquérito Civil Público de 2018.
Presente na reunião do Coppam, o conselheiro suplente pelo Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes (IHGCG), Renato Siqueira, disse que um grupo presente ficou incrédulo quando o representante da Defesa Civil Municipal cogitou a demolição, chegando a anunciar que poderia ocorrer na próxima terça-feira (6).
"Inacreditável foi a naturalidade como foi dito pelo representante da Defesa Civil, na reunião, a data para a demolição", conta. Segundo ele, na reunião, alguns poucos membros do Coppam, se posicionaram contrários à demolição da fachada do casarão. Ele cita, além dele, Antônio Berriel, pelo IHGCG; João Coutinho, pelo Isecensa; e Geovani Laurindo, pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro (Inepac).
O grupo, na mesma reunião, ainda, sugeriu que fosse feito o escoramento urgente da fachada, para garantir a estabilidade da estrutura, até a reunião agendada pelo MP.
"Tenho dito que isto (demolir prédios históricos) é mais um Ctrl C + Ctrl V da indiferença e da irresponsabilidade da Prefeitura com o patrimônio histórico. Desde a demolição do Hotel Flávio, este tem sido o meio usado pela prefeitura, ou seja, deixar o estágio de deterioração avançar a tal ponto, que só resta a demolição do imóvel como alternativa", disse Renato.
Outros exemplos de imóveis da Prefeitura com o mesmo destino, e correndo o mesmo risco, são o Solar dos Airizes e a chamada Casa da Árvore, na Rua Saldanha Marinho, próximo ao Jardim São Benedito. "Há de se destacar também, a omissão do Conselho Municipal de Cultura, visto a questão de preservação do patrimônio ser vinculada à cultura", completa Renato.
Rodrigo Silveira
A Folha também encaminhou demandas ao Ministério Público, à presidência do Coppam e à presidência do Conselho Municipal de Cultura de Campos dos Goytacazes (Comcultura); os dois últimos têm no comando a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Fernanda Campos. Ainda aguarda retorno de todos.
O Museu Olavo Cardoso foi fechado no governo Rosinha Garotinho, ainda no seu primeiro mandato - no ano de 2012, os artefatos históricos foram levados para o Museu Histórico, no Centro da cidade - e, sem nenhum tipo de intervenção visando a sua recuperação, seguiu no governo de Rafael Diniz. O mesmo ocorreu no primeiro governo de Wladimir Garotinho.