Greve dos petroleiros pode impactar royalties, alerta secretário
A greve nacional dos petroleiros pode impactar negativamente o repasse de royalties e Participação Especial (PE) que será feito aos municípios produtores em fevereiro de 2026, alerta o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Energia e Inovação, Marcelo Neves. Deflagrada no dia 9 de dezembro, a paralisação atinge todas as plataformas da Bacia de Campos.
Segundo nota emitida pela Petrobras, equipes de contingência foram acionadas e, até o momento, não há impactos na produção e no abastecimento de petróleo e derivados. Marcelo, no entanto, teme que o movimento, caso se prolongue, acabe afetando a produção de petróleo e gás, o que se reflete diretamente nos royalties e participações especiais. Como os repasses são feitos dois meses depois dos relatórios de produção emitidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o impacto em Campos e municípios da região será sentido em fevereiro do próximo ano.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), unidades offshore da Bacia de Campos aderiram formalmente ao movimento. Entre as unidades afetadas, destacam-se os complexos de Marlim e Roncador, responsáveis por uma parcela relevante da produção nacional de petróleo. Paralisaram suas atividades os trabalhadores das unidades P-18, P-19, P-20, P-26, P-33, P-35, P-37, P-38, P-40, P-51, P-52, P-53, P-54, P-55, P-56, PG-1, PNA-1, P-09, P-25, P-43, P-48, P-57, P-58 e P-62.
“No governo do prefeito Wladimir Garotinho, graças à significativa melhoria no ambiente de negócios, desburocratização e atração de novos empreendimentos, conseguimos diminuir bastante a proporção de royalties na receita municipal — que já foi superior a 50%, mas que hoje é de 25%. No entanto, os royalties e PEs ainda impactam diretamente nas nossas receitas”, observa Marcelo Neves. “Respeitamos as reivindicações da categoria petroleira, mas aguardamos que haja bom senso na resolução do movimento, sem riscos de perdas para os municípios produtores”.
A Folha entrou em contato com a Petrobras para um posicionamento e aguarda um retorno.
A greve foi deflagrada após os petroleiros rejeitarem a terceira proposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho 2025-2026. Entre as principais reivindicações, estão a distribuição mais justa da riqueza gerada, solução para os equacionamentos do fundo de pensão Petros e defesa da soberania nacional no setor de energia e suspensão de privatização e desinvestimentos em exploração e produção.
Com informações da Secom Campos