Porto e Firjan reagem contra a proibição do tráfego de veículos pesados em Campos
03/06/2025 18:05 - Atualizado em 03/06/2025 19:09
Bloqueio de veículos pesados em Campos
Bloqueio de veículos pesados em Campos / Rodrigo Silveira
O Porto do Açu e a Firjan Norte Fluminense reagiram contra a proibição do tráfego de veículos com mais de quatro eixos dentro do perímetro urbano de Campos, determinada pela Prefeitura. O Porto informou que entrou com medida judicial pedindo o restabelecimento imediato do tráfego, enquanto a Firjan enviou uma carta ao prefeito Wladimir Garotinho manifestando preocupação com a decisão. Já o vereador Marquinho do Transporte, presidente da Comissão de Transportes e Trânsito da Câmara, foi favorável a decisão do prefeito Wladimir.
Segundo o Porto, a proibição dos veículos pesados tem prejudicado a rota de acesso ao complexo portuário, uma vez que a Estrada dos Ceramistas (RJ 238) também está interditada devido a uma obra que dura mais de 1 ano. "Tal medida tornou-se necessária pois a via atualmente bloqueada é a única rota que possibilita o acesso de carretas ao Porto ou o regresso daqueles que pretendem sair do Porto para outro destino, visto que, mesmo após 18 meses, ainda não foram concluídas as obras de ampliação da antiga Estrada dos Ceramistas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), de responsabilidade do Governo do Estado", informou nota emitida pelo Porto.
Já a Firjan-NF destacou, em carta, que reconhece os desafios enfrentados pela Prefeitura, em razão da interdição da RJ 238. No entanto, a instituição reforça que a decisão de proibir o tráfego pode gerar impactos negativos para a economia local e regional. "A medida afeta principalmente os cerca de 12 mil caminhões que mensalmente acessam o Porto do Açu, cuja operação é fundamental não apenas para Campos, mas para todo o estado do Rio de Janeiro. Sem alternativas viáveis de tráfego, esses veículos são obrigados a transitar pelo município, sendo penalizados com a nova restrição, o que comprometerá rotas logísticas estratégicas e poderá afastar investimentos", pontuou a Firjan ao acrescentar que tem mantido contato também com o DER no sentido de solicitar uma alternativa viável para liberação da RJ 238.
O vereador Marquinho do Transporte destacou que o comércio campista não será prejudicado. "O tráfego pesado está prejudicando a cidade e isso é um fato. Sou a favor da medida do prefeito, de proibir tráfego pesado (acima de quatro eixos) na via urbana, pelos estragos na pavimentação e até por segurança, no intuito de evitar nova vítima fatal. Vale lembrar que o comércio de Campos não será prejudicado em seu abastecimento, visto que serão usados veículos leves na atividade. De qualquer forma, espero que os órgãos competentes logo logo busquem por solução para que nem a cidade, nem os setores sofram maiores danos", comentou.
Em nota, a Prefeitura, por meio do Instituto Municipal de Trânsito e transporte (IMTT), informou que "não tomou ciência de nenhuma ação judicial neste sentido e explica que, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é competência dos órgãos executivos de trânsito dos municípios cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, implantar, manter e operar sistema de controle de tráfego, planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos".
A Prefeitura de Campos voltou a proibir a circulação de veículos com mais de quatro eixos dentro da cidade desde a última segunda-feira (2). A medida foi tomada em virtude da demora na liberação da RJ 238, dentro dos prazos previstos, e pela falta de cumprimento do acordo por parte do DER-RJ, que se comprometeu por escrito a fazer o recapeamento das vias afetadas.
Em nota enviada à Folha no dia 28 de maio, o DER-RJ informou que a previsão é que a rodovia seja liberada ao tráfego no final do próximo mês. "A abertura parcial da Estrada dos Ceramistas, com implantação de sistema de 'pare e siga', depende de programação prévia para garantir a segurança dos usuários. Parte da estrutura do novo pavimento encontra-se em processo de cura ( secagem do material colocado), sendo obrigatório o prazo de 28 dias para liberação ao tráfego para não comprometer a durabilidade e qualidade da obra", informou o órgão.

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