Protesto do Sindipetro no Heliporto do Farol
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Foto: Divulgação
Dirigentes sindicais dos Sindipetros Norte Fluminense (NF), Espírito Santo (ES) e Litoral Paulista (LP) realizaram, na manhã desta quinta-feira (4), no Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos, um trancaço em protesto contra, segundo a categoria, a retirada de profissionais das plataformas, de modo unilateral, pela Petrobras.
No período entre 5h30 e 9h, os trabalhadores permaneceram na entrada do heliporto e não fizeram os seus embarques e demais procedimentos. Pelo menos 18 voos para unidades da Bacia de Campos foram impactados, com o status de atraso ou transferência “devido movimento sindical no aeroporto” no Sistema Integrado de Transporte Aéreo (Sitaer), de acordo com consulta às 11h.
O coordenador-geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, que concedeu uma entrevista ao radialista Cláudio Nogueira, da Folha FM 98,3, falou sobre a motivação do protesto.
Coordenador-geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges.
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“Essa manifestação tem foco nos trabalhadores offshore que estão sendo duramente atacados. A Petrobrás vem implementando uma série de medidas de resiliência que impactam a vida desses trabalhadores Uma das principais é o desimplante de centenas de trabalhadores na Petrobrás como um todo. Os trabalhadores offshore que estão sendo injustamente desimplantados mas também a gente conta com assédio de trabalhadores para reduzir o banco de horas, forçando esses trabalhadores a folgar numa data indesejada”, explica o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges.
O sindicalista ainda diz que também há “um ataque muito grande aos prestadores de serviços offshore, das empresas contratadas, a gente já teve um relato aqui de mais de 15 empresas contratadas que continuam dando calote, atrasando salários, não pagando planos de saúde desses trabalhadores, atrasando férias, não reconhecendo depósitos de direito de verbas trabalhistas como depósitos de FGTS. Tudo isso é de conhecimento da Petrobrás”.
A categoria, que está em Campanha Reivindicatória em período de assembleias com indicativo de realização de greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 15, protesta ainda em relação a outras demandas não atendidas pela Petrobrás.
“Tem uma pauta offshore que não está sendo atendida em nenhum dos itens. A gente está pleiteando aqui o Vale Alimentação para os trabalhadores offshore, uma prática já adotada na indústria do petróleo inclusive por prestador de serviço da Petrobrás. A gente está pleiteando aqui o hotel para embarque, que também é uma prática corriqueira na indústria do petróleo e na Petrobrás não paga, e a gente quer limpar as pautas bombas do E&P”, adiciona Sérgio Borges.
Protesto do Sindipetro NF no Heliporto do Farol
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O sindicalista explica que o que o movimento sindical tem chamado de “pautas bombas do E&P” incluem pelo menos três mais destacadas: a possibilidade de redução de técnicos de enfermagem a bordo das unidades; os desimplantes arbitrários, com a intenção da companhia de esvaziar as plataformas que estão em descomissionamento, terceirizando todas as atividades; e o fim da folga suprimida, um direito reconhecido pelo judiciário.
“A gente quer limpar essa pauta bomba, parar com os ataques que ocorrem hoje a esses trabalhadores e avançar nas pautas offshore. Então, o ato está sendo muito bonito, pacífico, com diversos trabalhadores, todos os sindicatos, já chegou aqui a polícia, a gente também negociou a permanência aqui e a gente espera com essa atividade que a Petrobrás tenha um olhar específico para o trabalhador offshore e volte para a mesa de negociação. Lembrando que até agora a empresa não apresentou a segunda contraproposta e nem sequer sinalizou para a FUP, para a FNP, quando ela vai apresentar essa contraproposta. Então a gente não tem ideia nem de quando que a gente volta para a mesa de negociação da Petrobrás”, afirmou Borges.
A Folha entrou em contato com a Petrobras para buscar um posicionamento sobre o ato e as reivindicações da categoria, mas ainda aguarda respostas.