Ganhou repercussão, nos bastidores políticos de Campos, a entrevista dada à Folha FM por Caio Vianna, ora no exercício de um mandato de deputado federal. Caio cobrou do prefeito Wladimir Garotinho engajamento ao seu nome nas eleições de 2026.

Caio não disse abertamente, mas deu a entender que deseja ser o nome a contar com o apoio integral do prefeito, até como retribuição à sua participação na campanha eleitoral de 2024, em que Wladimir foi reeleito.

Na entrevista, Caio mostrou-se inseguro quanto a ajuda na forma como deseja. Tanto que, ao falar das eleições do ano que vem, disse esperar que Wladimir “mantenha a palavra dele para o nosso grupo político”.

A fala de Caio Vianna não foi bem acolhida por alguns interlocutores de Wladimir, pessoas de sua relação pessoal. Consideram que Caio deu a entender que pode “roer as cordas” caso não receba o apoio que julga merecer.

SEM APOIO INTEGRAL

A propósito, um aliado político de Wladimir admite que ele apoiará Caio para que se eleja deputado federal, mas sem fechar única e exclusivamente com a sua candidatura. “O prefeito, para o bem de Campos, atenderá a outros compromissos políticos”, justifica.

Caio Vianna e Wladimir Garotinho já foram adversários nas urnas. Quando se acertaram, ao justificar uma parceria política, com vistas às eleições de 2024, Caio usou como motivação a busca da paz entre as duas famílias.

CAIO GANHOU SECRETARIA 

Palavras de Caio, à época, depois de 24 anos de divergências entre Arnaldo Vianna e Anthony Garotinho, pais dele e de Wladimir: “A guerra destrói a família e sonhos, enquanto a paz traz tranquilidade para a cidade prosperar”.

Wladimir reeleito, Caio Vianna foi contemplado. Pelo apoio dado na campanha eleitoral ganhou a importante pasta do Governo e recebeu agradecimentos nas redes sociais.

Anos 80. O radialista José Carlos Couto Alves, o Ferrugem, era chefe do Gabinete do prefeito Anthony Garotinho e recebia, de vez em quando, por não ter noção de suas atribuições, correspondências dos seus próprios colegas de governo. Tudo na gozação.

Até uma carta em polonês foi mandada. Feliz da vida, Ferrugem guardou-a na gaveta, sem nada falar com os colegas.

Uns dias depois, Fernando Leite, secretário de Comunicação Social, chegou e comentou que tinha um pessoal da embaixada da Polônia ligando para a Prefeitura querendo uma resposta de uma carta que havia mandado para o Palácio Villa Maria — sede do governo.

— Eu fiquei sem saber o que dizer porque não sei do que se trata — simulou Fernando, para ver a reação do colega.

Ferrugem não se conteve e chamou o colega:

— Vem cá, Fernando, que eu vou te mostrar um negócio!

E levou Fernando até a sua sala, de onde tirou de uma gaveta a tal carta escrita em polonês. Ferrugem botou a carta de cabeça para baixo, já um pouco amassada, de tanto que foi manuseada, e confessou:

— Eu não estou conseguindo ler nada...

Anthony Garotinho se manifestou sobre os resultados das eleições, em que, candidato a vereador no Rio de Janeiro, não se elegeu. O ex-governador se sentiu prejudicado pelas notícias de que os votos que receberia seriam anulados.

Garotinho, através de sua assessoria, diz ter analisado os mapas de votação em toda cidade do Rio e consultado alguns institutos de pesquisa que fizeram levantamento sobre eleição para vereador.

A avaliação dele é que foram espalhados milhares de prints da tela do site TSE no dia 06 de outubro, dia da eleição, afirmando que os votos que ele receberia não seriam validados.

O ex-governador cita que a decisão favorável à sua candidatura foi dada na quinta-feira, dia 03 de outubro, pelo Superior Tribunal de Justiça (TSJ), assinada pelo ministro Luís Salomão.

No entanto, revela Garotinho, o TRE-RJ deixou para o dia da eleição a leitura da decisão favorável ao seu nome. Diz que se ela já existia na quinta-feira “porque comunicar a população somente no dia da votação?”.

A coordenação de campanha Garotinho admite que centenas de mensagens de WhatsApp eram recebidas e desmentidas, “sendo que a desinformação foi massivamente difundida e impossível de ser controlada”.

Aliados de Anthony Garotinho revelam que o resultado das eleições para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro não reflete a gratidão e o respeito visto para com o ex-governador “por onde passamos”.

O ex-governador Anthony Garotinho (Republicanos-RJ) não foi eleito vereador no Rio de Janeiro, ele que buscava um mandato como o mais votado na capital do estado.

A candidatura de Garotinho chegou a ser impugnada pela Justiça Eleitoral, mas foi liberada por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) na manhã de ontem.

Apesar de ter recebido 8.753 votos, a situação de Garotinho no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aparece como "anulada sub judice", ou seja, ainda com pendências na Justiça Eleitoral.

Durval Alves de Azevedo, a Rosinha, era um vendedor de bilhetes de loteria muito conhecido na cidade. Figura folclórica, faleceu em março de 2013, aos 63 anos, dias depois de ter sido atropelado na Av. 28 de Março.

Muito magra, Rosinha tinha como característica o bom humor. Batia perna o dia todo, sempre maquiada exageradamente e sem deixar de cumprimentar os seus fregueses e não fregueses, com um "tchau, tchau". Era uma figuraça.

O cenário político com vistas às eleições deste ano em Campos acena para uma junção das famílias de Anthony Garotinho e Arnaldo Vianna. Lado a lado deverão estar após mais de 20 anos de um racha permeado por pesadas troca de acusações.

Nos últimos meses, Wladimir Garotinho e Caio Vianna estão bem entrosados. A parceria envolve a desistência de Caio novamente concorrer à Prefeitura. Em troca, contaria com o apoio de Wladimir em 2026 na busca de um mandato na Câmara dos Deputados.

Nomes ligados a Caio já ajudam Wladimir na pré-campanha pela reeleição. Nas redes sociais, a parceria encontra resistência. Uma foto circula em que Arnaldo Vianna ostenta cartaz, erguido em outros tempos, com os dizeres “Garotinho nunca mais”.

Ano: 1999. A estreia do então governador Anthony Garotinho na Marquês de Sapucaí teve samba e política.

Logo na chegada, ele foi convidado pelo prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, para entrar em seu camarote e lá permaneceram vendo o desfile e conversando.

Na escada do Setor Dois, Garotinho cruzou o caminho com Tiazinha — a musa do Carnaval — e nem a viu.

Ou fingiu que não viu. A explicação para o descaso foi dada com uma citação:

— Os olhos são as janelas do pecado.

Ainda no Carnaval de 1999, a filha do falecido Candonga, Maria Cristina de Jesus, entrou no camarote de Garotinho (pai de sete filhos, sendo três adotivos) levando em um copo descartável a beberagem Cravo Escarlate.

A mistura de mais de 40 ervas é considerada um poderoso afrodisíaco, tanto que Candonga, dizem, teve 47 filhos.

Bastou sentir o cheiro da bebida para que Garotinho passasse o copo adiante.

— Mais filhos? Nem pensar...

As eleições para as Prefeituras e Câmaras Municipais projetam para a disputa do governo do Estado. Vejam que os Garotinho e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, vão caminhar sintonizados este ano de olho nas urnas de 2026.

Antes desafeto de Eduardo Paes, Anthony Garotinho, acompanhado de Clarissa, foi ao Rio recentemente participar, no Palácio da Cidade, de uma reunião com o prefeito. O deputado federal Pedro Paulo Carvalho (PSD), aliado de Paes, esteve presente.

Eduardo Paes, caso se reeleja, fará nova tentativa para o governo estadual. Ele foi candidato em 2006 e 2018. Nas duas eleições, teve desempenho ruim nas urnas do interior. Daí que articula uma aliança com os Garotinho.

Na eleição de 2018, Anthony Garotinho e Eduardo Paes foram candidatos. Durante a campanha, Garotinho tentou conectar Paes a Sérgio Cabral. O troco de Paes foi chamar o Garotinho de “ex-presidiário”.

Em 2022, Clarissa, ao criticar o transporte público no Rio, foi o alvo. Ela disse que o projeto do BRT já nascera “todo errado”. E levou o troco: “Falou a filha do Garotinho e da Rosinha sobre nascer toda errada”, devolveu Paes.

Ao jornal O Globo, Eduardo Paes confirmou a reunião no Palácio da Cidade. Mas deixou claro que nenhum cargo em primeiro ou segundo escalão do seu governo foi oferecido para os Garotinho neste momento.

O ex-governador Anthony Garotinho desligou-se um pouco de Farol de São Tomé e vem batendo ponto na praia de Chapéu de Sol, em São João da Barra. O que chama a atenção, no aspecto político, é que ele tem exibido, pelas redes sociais, fotos junto a vereadores do vizinho município.

As postagens valem para dar moldura a uma especulação que o próprio Garotinho passou a alimentar: a de que poderia disputar em 2024 a Prefeitura sanjoanense, enfrentando a candidata à reeleição Carla Capputi.

Na legenda de uma foto em que aparece ao lado dos vereadores Alan de Grussaí e Kaká, Garotinho escreveu: “Ah se essas casuarinas falassem... Reunião política à beira-mar conversando sobre São João da Barra”.

Anthony Garotinho disse mais: “Pode ser que sim, pode ser que não... Talvez... Quem sabe?”. Reticente, quanto a ser candidato, jogou a isca. Quis avaliar a quantas anda a sua popularidade em SJB.

O que teria motivado este balão de ensaio do ex-governador é o anunciado interesse da deputada estadual, Carla Machado (PT), em disputar a Prefeitura de Campos.

Garotinho estaria dando o troco. Considera que pode desarrumar os planos da parlamentar em continuar representada na Prefeitura sanjoanense na reeleição de Carla Capputi.

Vale lembrar que o primeiro mandato de Anthony Garotinho, eleito em 1986, para a Assembleia Legislativa, foi com o seu domicílio eleitoral fixado em São João da Barra.

Naquelas eleições, Garotinho não conseguiu vaga para sair como candidato pelo PDT de Campos. Daí que a alternativa foi o de representar uma escolha do diretório do partido em São João da Barra.

Admitindo-se que Anthony Garotinho volte a ficar elegível em 2026 — a partir da minirreforma eleitoral — qual seria o seu plano para as urnas? É uma interrogação porque, na família, há o nome de Clarissa para lhe fazer concorrência.

O caminho natural de Garotinho é a busca de um mandato na Câmara dos Deputados. Mas o que não se sabe é se Clarissa planeja retomar uma cadeira em Brasília.

Clarissa, pelo que já admitiu lá atrás, gostaria de permanecer no Rio, o que abriria a hipótese, caso prefira um mandato na Alerj, de então fazer uma dobrada com o pai.

O fato é que a minirreforma eleitoral, que mexe na Lei da Ficha Limpa e na pena da Inelegibilidade, pode antecipar o retorno de Garotinho às urnas. E não só ele, mas Eduardo Cunha, Roberto Arruda e Paulo Maluf.

Garotinho, pela lei atual, está impedido de concorrer nas urnas desde 2018, quando foi condenado por improbidade administrativa. O caso está relacionado a irregularidades cometidas quando foi secretário estadual, entre 2005 e 2006.

AUTORIA

O projeto da minirreforma eleitoral é de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ). Trata-se da filha de Eduardo Cunha, um ex-aliado e atual desafeto de Garotinho. O texto já foi aprovado na Câmara.

O projeto vai para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Para que possa valer para as eleições de 2024, precisa virar lei pelo menos um ano antes do pleito, ou seja, tem que estar sancionado até 6 de outubro.

É certo que quanto antes estiver elegível é importante para Garotinho. Mas ele não teria tanto interesse assim a tempo de poder ser candidato em 2024. Afinal, a eleição é municipal e o filho Wladimir vai buscar a reeleição.