O ex-governador Anthony Garotinho (União) ganhou alta hospitalar e está em casa, recebendo as atenções de Rosinha na recuperação de uma pneumonia. Ele permaneceu por quatro dias no Hospital da Unimed. Mas, inicialmente, foi atendido no Hospital Geral de Guarus (HGG).

Garotinho está contando com o acompanhamento de uma equipe de suporte na administração da medicação venosa. Nesta terça-feira (25), pelas redes sociais, fez uma série de agradecimentos, “especialmente ao meu amor Rosinha”.

Por falar em Garotinho, a Folha de S. Paulo publicou matéria em que ele é citado. Refere-se a anulação das principais provas apresentadas na leniência da Odebrecht pelo Supremo Tribunal Federal (STF) estar implodindo os casos restantes dos diversos braços da Lava Jato.

As anulações foram tomadas incialmente pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril, em procedimentos que foram herdados na Corte por Dias Toffoli.

Na matéria, o jornal paulista revela que a anulação de provas da Odebrecht beneficiou alvos como o irmão do ex-ministro Gedel Vieira Lima e Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto.

E Anthony Garotinho acabou beneficiado por decisões similares, assim como o ex-governador do Paraná e hoje deputado federal, Beto Richa (PSDB).

Reza a lenda que, em política, o aliado hoje é o adversário amanhã. Em Campos, Anthony Garotinho e Arnaldo Vianna consolidaram uma amizade através da política. Mas romperam a amizade por conta da política.

Não se sabe se um estremecimento assim ocorrerá em Niterói. Mas, na capital do antigo RJ, o atual prefeito Axel Grael ganhou a eleição em 2020 pelo decisivo apoio que recebeu de Rodrigo Neves, então à frente da Prefeitura.

Para a eleição do próximo ano, Rodrigo quer ser candidato, de forma a buscar mais um mandato como prefeito. O que não se sabe é se Grael vai abrir mão do projeto de reeleição.

A dúvida sobre quem encabeçará a chapa do PDT deve permanecer por um bom tempo. Mas é improvável que Rodrigo Neves abra mão de voltar a comandar a Prefeitura de Niterói.

ROMPIMENTO EM CAMPOS

Situações assim acontecem. Na eleição de 1996 para a Prefeitura de Campos, Garotinho foi candidato, com Arnaldo Vianna como vice. A chapa era ampla favorita. E ganhou fácil já no 1º turno.

Na eleição seguinte, no ano de 2000, as relações entre Garotinho e Arnaldo estavam estremecidas. E os dois foram para as urnas em palanques opostos, em uma disputa que teve um novo capítulo em 2004.

Arnaldo Vianna ganhou as eleições, vencendo de Geraldo Pudim, o candidato de Anthony Garotinho. Naquela eleição foi oficializado o racha Garotinho/Arnaldo.

O rompimento descambou para o lado pessoal. E dura até hoje.

Anos 80. Quando Anthony Garotinho cumpria o seu primeiro mandato como prefeito de Campos corria uma história de que usava espécie de código na própria assinatura. Seria um canal de comunicação com os secretários.

Caso Garotinho colocasse três pontinhos, encerrando a assinatura, era a senha para o atendimento daquela ordem, geralmente um pedido de pequena obra, um benefício para um servidor ou outro favor.

Sem os três pontinhos, o portador do bilhete era barrigado. Sabendo disso, o vereador Hélio Azevedo Gomes, o Lelé, resolveu conferir a assinatura do prefeito ao sair de uma audiência no Villa Maria.

Lelé viu que no bilhete que recebera de Garotinho estava faltando alguma coisa. Ele voltou correndo e entrou no gabinete bastante agitado.

Aos gritos, cobrava do prefeito:

— Garotinho, não me faz de bobo, não! Bota aqui os três pontinhos. Sem os pontinhos o Carlos Augusto (Siqueira) vai me barrigar!

Carlos Augusto era o secretário de Obras.

Ecos do Carnaval. A folia momesca passou em brancas nuvens em Campos, mesmo com a cidade detendo um sambódromo que custou, no ano de 2012, recursos da ordem de R$ 100 milhões. A grana foi investida pela então prefeita Rosinha Garotinho.

Mas no Morrinho, o principal reduto do samba de Campos, certamente houve comemoração com os resultados dos desfiles das escolas de samba de São Paulo. Afinal, a Mocidade Alegre ganhou mais um título.

O que liga a agremiação paulista com o Morrinho é que ela foi fundada por três irmãos campistas que se mudaram para São Paulo e criaram lá um bloco, que virou escola de samba. O nome Mocidade Alegre foi inspirado no nome Mocidade Louca.

Os irmãos Juarez, Salvador e Carlos Cruz torciam pela Mocidade Louca em Campos. Foram morar na capital paulista em 1948. Em 1950, criaram um bloco, que, nos anos 60, se tornou escola de samba.

Com o título deste ano, o 11º, a Mocidade Alegre tornou-se a segunda maior vencedora do Carnaval de São Paulo. A Vai-Vai, com 15, é a líder. A Mocidade não era campeã desde 2015.

A atual presidente da Mocidade Alegre é Solange Cruz Bichara, sobrinha de Juarez Cruz, um dos campistas fundadores da agremiação. Solange assumiu o posto a partir do falecimento de sua irmã Elaine Bichara.

A entrada do deputado Jair Bittencourt na disputa da presidência da Mesa-Diretora da Assembleia Legislativa levou o governador Cláudio Castro a adiar de hoje para amanhã à noite a viagem que fará a Lisboa para participar de seminário promovido pelo grupo Lide.

Cláudio Castro vai se empenhar pessoalmente na eleição de Rodrigo Bacellar, que é o candidato oficial do Palácio Guanabara. Ao site Agenda do Poder, Castro disse, referindo-se a Jair Bittencourt:

“Não há inimigos, é verdade. Somos adversários neste momento. Mas, é bom lembrar, que tudo tem consequência. Quem foi para o outro lado está se afastando de mim”.

OUTRO CAMPISTA

Caso Rodrigo Bacellar e Jair Bittencourt mantenham as suas candidaturas até amanhã, quando os 70 deputados vão escolher o novo presidente, este será o primeiro confronto em 28 anos. O último também envolveu um campista. Foi em 1995, quando o então deputado Sérgio Cabral venceu Aluízio de Castro.

O vencedor precisará de maioria simples, envolvendo o voto favorável de 36 deputados.

 

O Porto do Açu vai construir 41 quilômetros de ferrovia, que será interligada à malha nacional. A previsão é que comece a operar dentro de cinco anos. A informação é da jornalista Berenice Seara, dada em sua coluna no jornal Extra.

Conectada ao Centro Oeste do país, a linha férrea vai atuar no transporte e exportação de minério de ferro, produtos siderúrgicos, carvão e, principalmente, fertilizantes e grãos — numa expectativa de 20 milhões de toneladas em 2035.

Aliada ao gás natural, a ferrovia, revela Berenice, vai ajudar a industrializar o interior do país levando energia barata. Além de atrair e diversificar o parque industrial do Norte Fluminense — cuja economia há anos é reforçada pelos efêmeros royalties de petróleo.

Previsões climáticas indicam que as chuvas podem ficar acima da média na região Sudeste. Dos 853 municípios de Minas Gerais, 770 estão em alerta para chuvas intensas, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Chuvas em Minas, e em São Paulo, também previstas para os próximos dias, significam maior volume do Rio Paraíba do Sul. E o município de Campos pode sofrer muito com a água que descer, sobretudo pelo rompimento do dique de proteção.

Com a muralha danificada em cerca de 200 metros entre as Ruas Voluntários da Pátria e Barão de Miracema, certamente haverá inundação na área central da cidade, caso continue chovendo muito, sobretudo em Minas Gerais, e com o Rio Paraíba recebendo tanta água.

O problema é que não dá para recuperar o dique antes que a água chegue. Em outros períodos de chuva, e com a cheia do Paraíba, a Avenida 15 de Novembro ficou inundada, mesmo cercada. Imaginem agora.

Não é possível estimar o estrago que ocorrerá na cidade com a água entrando direto, sem uma barreira de contenção. O cenário possível preocupa. E muito. É orar para cessarem as chuvas em Minas e em São Paulo.

Uma das maiores enchentes registradas em Campos ocorreu em 1966. Foi a partir dos danos que o governo federal, por gestão do deputado Alair Ferreira, aumentou a altura da barreira de contenção das águas do Paraíba.

Na época, a muralha existia, mas era muito baixa, o que gerava o transbordo quando o Paraíba ganhava um volume maior. No trecho, o quadro atual é pior.

Projeto do vereador Marquinho Bacellar, aprovado por unanimidade, durante a sessão de ontem (14), na Câmara Municipal, determina que a Prefeitura passe a informar, em seu Portal da Transparência, o saldo de medicamentos e insumos no estoque.

Na justifica de sua proposta, Marquinho diz que são muitas as queixas da população sobre a falta de medicamentos nas unidades de saúde. “Com este projeto vamos poder fiscalizar e toda a população terá acesso”, pontuou.

Em aparte, o vereador Igor Pereira lembrou que o orçamento atual da Saúde é o maior de toda a história de Campos.

— Se tem dinheiro, se milhões de reais estão sendo utilizados para a compra de medicamentos, então por que faltam remédios nas unidades de saúde? Parabéns ao vereador Marquinho Bacellar pelo projeto — destacou Igor, que sugeriu um acompanhamento de perto pela Comissão de Saúde da Casa.

Rogério Matoso também se pronunciou sobre o projeto:

— São muitas denúncias quanto a falta de medicamentos. Se o dinheiro está sendo aplicado, se as licitações para a compra de medicamamento e insumos estão acontecendo, precisamos acompanhar de perto e ter acesso ao que chega e ao que está saindo para as unidades de saúde.

Dono de alguns sucessos nos anos 60, o cantor José Barbosa trabalhou muitos anos na Rádio Cultura, atuando, primeiramente, como músico nos programas de auditório, e, depois, como locutor.

Em 1983, o cantor-locutor foi chamado à sala de Alair Ferreira, que não estava gostando da sua rádio propagar o nome José Barbosa, que era o mesmo do prefeito de Campos — então um adversário político.

Ao saber que o locutor tinha também Guilherme no nome, Alair determinou que daquele dia em diante José Barbosa, no rádio, passaria a ser chamado José Guilherme.

E por muito tempo muita gente ficou sem saber que o cantor José Barbosa era o mesmo José Guilherme, locutor.

OBS: Nesta foto, de 1972, estou ao lado de José Barbosa, entrevistando-o para o jornal A Notícia. Na época, a Rádio Cultura funcionava na Rua do Ouvidor, altos, esquina com a Rua 21 de Abril. E havia auditório, como se vê no cenário que nos cerca.

Esse prédio fica na Rua Lacerda Sobrinho — antiga Rua do Sacramento. Ostenta uma aparência, corroída pelo tempo, que gera preocupação. Tanto é que as lojas que abrigava no térreo foram fechadas.
As autoridades municipais devem se posicionar, já que o imóvel certamente não pode ser demolido porque foi tombado pelo patrimônio histórico.