Marcelo Mérida: "Setor produtivo terá candidatos nas próximas eleições"
Cláudio Nogueira, Gabriel Torres e Hevertton Luna 07/06/2025 08:42 - Atualizado em 07/06/2025 08:42
Divulgação
Governo Federal – “Hoje nós temos um governo federal que não consegue traduzir as ações em resultado, se tem ações. Você vê isso na economia, você vê isso em vários aspectos que não chegam na ponta da população. Então, hoje, na minha opinião, nós temos um governo federal pendurado em programas de assistência, que já não está dando resultado mais.”
Desaprovação – “A gente tem pela frente aí mais, talvez, oito meses para um processo de reversão. É possível? Pode ser possível. É máquina. A gente precisa entender máquina. Mas eu não acredito. Em contrapartida, você também, no Brasil hoje, criou a dinâmica dos extremos. Então é muito importante hoje para o governo do PT, do governo de esquerda, ter o Bolsonaro como candidato ou alguém com as características do Bolsonaro. E para o Bolsonaro também é muito cômodo ter o PT. O que a gente busca enquanto, e aí eu falo por mim, eleitor, é ter uma opção. É preciso discutir isso. Será que nós vamos ter tempo hábil de ter um novo viés de candidatura? Então essa é uma grande discussão.”
Lideranças nacionais – “A questão, se o Bolsonaro consegue consolidar o nome dele, voltar o nome dele, por questões legais, ou se ele consegue transferir isso para um sucessor dele na política. Lamento, hoje, as duas lideranças não se preocupam com sucessão, não se preocupa em fazer novos líderes. E isso vai se desgastando, vai cansando até mesmo o meio político. O fato é que nós vamos transferir isso para as eleições estaduais.”
Bolsonaro – “Nós precisamos respirar novos horizontes. Na gestão Bolsonaro, a gente pode ter tido alguns ganhos, mas a gente sofreu com alguns aspectos que são vitais. A gente regrediu em algumas ações. Mas isso são detalhes. Eu estou na busca de uma nova opção. O meu voto é centro-direita, mas estou na busca de um novo horizonte político.”
Bacellar – “Hoje ele tem uma dificuldade, mas ele tem uma máquina. Nós já vimos isso antes e já vimos também na eleição passada uma tendência de virada de última hora, onde o Paes liderava todas as pesquisas e chegou um totalmente desconhecido, que mal as pessoas conseguiam finalizar, o Wilson Witzel. Não sabia nem falar o nome. Eu falei que não é possível. E ele reverteu em 15 dias. Bom, que fenômeno foi esse? Foi o fenômeno da direita. Então, a eleição, a campanha, ela vai ser efetivamente impulsionada pela política nacional. Então, hoje dizem, tem 90 municípios do estado do Rio de Janeiro que têm um viés de política de direita. Os prefeitos têm uma condução importante nesse processo. Então, pode transformar, respeitando a condição do Rodrigo, presidente da Alerj, com todas as articulações, como, em breve, governador. Mas, se foi possível fazer com o Witzel, com 15 dias, com a máquina e toda essa estrutura, e ainda a direita embarcando, ela se torna uma eleição ainda para ser disputada.”
Eduardo Paes – “É um passo em busca de consolidar espaço que ele não tem, o Eduardo Paes. E precisa entender a abrangência de uma candidatura local, se ela abrange a região Norte e Noroeste Fluminense toda ou ela fica restrita a Campos. Então, essa discussão é um novo cenário que precisa ser inserido e discutido. Se fosse buscar um vice da Baixada para Eduardo teria essa abrangência? Então, o fato é que Eduardo hoje, o que ele tem na nossa região é o voto de esquerda, porque não vota no candidato de direita. É por exclusão e não por adesão simplesmente ao nome de Eduardo. Um candidato daqui reforçaria? Óbvio que reforçaria. Tem que entender qual é a abrangência disso tudo. Então, fica restrito a Campos ou ela abrange a região Norte e Noroeste Fluminense? Tem que saber onde a pré-campanha de Eduardo Paes está mais carente, aonde ele não tem alcance. Aí sim ela seria uma ação pontual.”
Primeiro turno – “Eu digo que hoje não é uma eleição definida. E acho que o Estado do Rio de Janeiro, diferentemente do que eu gostaria de ver para o nível nacional, vai ser uma eleição de primeiro turno. Porque nós não vamos ter outros conjuntos se colocando.”
Eleição aberta – “O fato é que é uma eleição, volto a dizer, aberta para o Estado do Rio de Janeiro, em que a gente vai poder analisar nos próximos meses. A gente fala assim, o Eduardo Paes é de uma corrente de esquerda. Teoricamente eu discordo, porque ele é um cara que transita bem, ele está no PSD, é um partido de centro. O Eduardo extrapola as fronteiras do Rio de Janeiro, mas nas cidades periféricas. Ele tem dificuldade no interior. Ele tem dificuldade de adentrar. Ele pode captar o voto da esquerda, mas no Rio de Janeiro ele tem o carisma e aquela questão política que é dele. No Rio, eu acho que se limita a duas candidaturas consolidadas e uma terceira que não vai fazer, a não ser que seja uma eleição muito disputada, nós estamos falando de décimos de percentual.”
Senado – “Acho que tem a tendência dele investir na segunda cadeira. Se ele (Flávio Bolsonaro) é o mais votado e ele investe na segunda cadeira, como diz a política da direita é eleger o maior número de senadores. Acho que se o Flávio tem essa vantagem, que as pesquisas dizem, e acho que tem mesmo, ele leva a segunda cadeira se ele se dedicar. Porque foi assim que aconteceu com o Arolde de Oliveira. Não figurava entre os candidatos para ganhar a eleição. Por isso tenho insistido nessa questão de que a eleição em alguns estados vai ter uma interferência direta da política nacional.”
Nome do setor produtivo – “O setor produtivo, e para mim isso já está mais do que definido, ele terá pré-candidato nas próximas eleições. Precisa entender se seria a estadual, se seria a federal, mas o fato é que a gente precisa se colocar. Quem quer ser ouvido tem que falar, tem que se manifestar. Eu trabalhei muito essa questão a nível estadual, com outros pares. Tanto é que nas últimas eleições nós tivemos três candidatos, e acabou que a gente não teve êxito nas três candidaturas a nível estadual. Mas agora a gente pode ter um. Agora a gente pode ter um estadual, pode ter um federal. O fato é que vai ter pré-candidato sim. Eu hoje tenho uma missão junto à Fundação, mas eu não me furto de colocar meu nome à disposição. Acho que Wainer (Teixeira) preencher todos os pré-requisitos, assim como outros companheiros também do Estado do Rio de Janeiro, que ocupam espaços e que têm mandato de vereança também. O fato é que isso já está definido dentro do movimento logista. Precisa ter pré-candidatos próprios, consolidados, com base e que defendam a questão do desenvolvimento de uma forma mais ampla.”
Disputa para deputado – “Em tempos não muito distantes, a cidade fez dois federais e quatro ou cinco estaduais. E outra coisa, nós aumentamos o número de eleitores na nossa cidade. Então, acho que regionalmente é possível fazer cinco estaduais que dão uma bancada muito bacana. E federal também, dá pra fazer dois. Então, eu acho que isso é normal e também define alguns posicionamentos. Porque nós temos quem é a favor e quem é contra. Nós temos quem gosta e quem não gosta. Então, precisa ter a opção pro eleitor dizer assim, não, eu não quero por esse caminho, mas quero por esse. Eu acho que esse aqui está bom, mas esse aqui não me serve. Então, essa pluralidade de correntes políticas faz com que a gente aumente a nossa capacidade de fazer mais deputados.”
Desafio – “Estou diante de um desafio novo, da questão da Fundação CDL, a partir de 1º de julho. Não sou presidente da Fundação ainda não. Nós temos um companheiro lá à frente. Mas é um novo desafio na minha vida. E quando a gente chega em casa e diz pra família, olha, apareceu um novo desafio, mais um. Mas isso faz parte do contexto. E eu agradeço muito aos meus pares. A escola CDL é uma escola que ela frutifica, ela cresce, dá oportunidades. Agradecer ao presidente Fábio, ao conselho consultivo, que são o conselho dos últimos presidentes, que se reuniu e disse, esse é um grande instrumento. Como nós transformamos esse grande instrumento em um resultado. Não só para o setor lojista, mas para a população. Declínio – “Se for fazer uma análise curta, 30 anos passados, Campos tinha 27 lojas de tecido. Hoje deve ter umas seis. Então, muda. É o contexto que muda. E você tem que estar aberto a essas mudanças. Eu me empolgo a esse assunto, porque eu sou e vivo a Rua João Pessoa, eu vivo o comércio de rua. E a gente está atento, porque essa mudança não para por aí. O comércio vai mudar violentamente, de forma drástica, nos próximos dez anos. E onde a gente vai se encaixar dentro desse processo? Uma coisa eu te digo, a gente lidar com o ser humano. O ser humano tem sentimentos. Ele quer tocar, ele quer ver, ele quer vivenciar aquele momento.”
Qualificação e Emprego – “Nem sempre a gente consegue entregar tudo o que a gente planeja, mas a experiência à frente da Secretaria de Qualificação e Emprego, no momento em que a questão da qualificação é fundamental para a questão do emprego. Se a gente for analisar a nossa região aqui, cada vez mais as empresas, as indústrias, elas estão tecnicamente mais exigentes com a questão do emprego. E qualificar é uma das funções do poder público. Então passar à frente da qualificação, estar à frente da qualificação do emprego, estar à frente junto com que estava na secretaria, para mim foi enriquecedor. Acredito que eu tenha adquirido muito mais conhecimento sobre o tema. Nós nos dedicamos, estudamos e fizemos um movimento para que a qualificação chegasse a toda a nossa cidade.”
Resultados - “Fizemos as entregas, entregas de acordo com o que nós tínhamos disponível para colocar. Para mim, foi uma grande oportunidade. Agradeço ao convite, à época, porque foi desafiador. E foi muito bacana. E acho que também dentro de um movimento que se fez para que pudesse trazer um braço do poder público para o centro da cidade. Nós escolhemos uma área onde realmente vive uma dificuldade de trânsito, que é a Rua 7. E ali estávamos, muito bem equipados. Mas é o conjunto, mais um instrumento. Então, eu diria o seguinte, entreguei e me realizei à frente da Secretaria de Qualificação e Emprego, tanto quanto quando eu tive a oportunidade de ser secretário de Desenvolvimento Econômico. Um tema também muito sensível e que também foi gratificante. A vida é feita de ciclos. Cumpri o meu ciclo, entreguei, e acho que deixo um legado para que os próximos possam aperfeiçoar, melhorar, dar dinâmica.
Saída da Secretaria – “Minha caminhada até o dia de hoje sempre foi preservando a relação. Você pode discordar, pode não querer mais participar, mas a relação humana fica, a relação de pessoas fica. Então, eu nunca saí dos ambientes onde eu convivi pelas portas dos fundos. Eu agora tive a oportunidade de entender que o caminho meu não era mais esse. Me posicionei, agradeci e disse, estou indo. Mas esse estou indo foi atendendo demandas, porque quem é servidor público, quando você é secretário, você é servidor público, não pode ser egoísta ao ponto de resolver o seu problema e que os outros se dane, na expressão mais popular. Me foi solicitado, eu fiquei mais uns 30 dias para organizar e tal. Então, essas coisas, na minha vida, elas sempre foram pauta principal. A gente passou o ciclo, vamos viver uma outra experiência, vamos viver em outro ambiente, outro grupo político, e vamos entender como que isso pode ser importante para a população.”
Estruturar a cidade – “Estamos falando de uma cidade muito melhor constituída de ensinamento básico. Hoje nós temos diversas universidades no município de Campos, nós temos o ensino técnico profissionalizante. Nós temos cinco universidades federais, uma estadual, nós temos todo o sistema S implantado aqui. Precisamos ter esse ambiente, não para a megaindústria. A megaindústria pode vir, sem problema, pode acontecer. Mas por questões até mesmo da logística. Mas nós temos ambiente de desenvolvimento para média, pequena, em volume. Precisamos ter as estruturas montadas para que isso absorva. Concordo plenamente, a nossa vocação é serviço. Mas isso não nos impede de abrir leque de opções.”
Centro de Campos – “Revitalização do Centro é um tema que começou das grandes cidades, das capitais, que foram primeiros a se esvaziar. Vamos tomar como base que essas grandes cidades estão um pouco mais adiantadas do que a gente aqui. Cidades essas que muitas são mais novas do que a cidade de Campos dos Goytacazes, pela idade que nós temos. E que têm menos patrimônios culturais e históricos do que nós temos. O fato é que você, em um processo da década de 1980, houve alguns esvaziamentos de entes públicos das cidades, dos centros da cidade. Isso prejudicou muito. Não é o caso específico de Campos quando você diz, olha, Campos não houve o esvaziamento das ações do Governo Federal aqui. Você continua com a Justiça Federal no centro da cidade, continua com o INSS, a agência principal da Caixa Econômica continua no centro da cidade. O Banco do Brasil, muitas coisas, só se decide no centro da cidade. Então, a questão federal se manteve.”
Revitalização – “Para a revitalização do Centro, tem que ter a mão do poder público municipal. Você tem hoje em Campos um alto índice de inadimplência costumaz de IPTU, de imóveis que estão fechados há mais de dez anos. Então, a Prefeitura já não arrecada mais por esse imóvel. Precisa ter incentivo. Então, precisa que se discuta e não estou falando de abrir mão de receita, porque ela já não entra. Precisa se discutir quais ações nós podemos fazer para que a gente comece a abrir as lojas que estão fechadas. É isso que está acontecendo em cidades mais avançadas, como o Rio de Janeiro. O prefeito foi lá e comprou um prédio e depois ele botou para poder fazer o refit. Então, essas ações dependem muito da vontade do gestor para que isso efetivamente venha a acontecer.”
Calçadão – “Nós temos como cartão postal o Calçadão de Campos. Ele precisa não de um but, não, ele precisa de uma grande geral. Então, isso é a mão do poder público municipal atuando nesse processo de revitalização. Mas eu diria que a própria CDL fez um evento e trouxe essa discussão na UENF, muito prestigiada, trouxe gente de fora. Eu falo com o meu president, Fábio, tem que voltar a fazer novas discussões sobre isso. Precisa reviver esses momentos para que a gente não caia. E acredito piamente que o Centro da cidade tem um charme, ele tem conteúdo para transformar isso em um ambiente não só de comércio, de serviço, como de lazer.” 
Governo Federal – “Hoje nós temos um governo federal que não consegue traduzir as ações em resultado, se tem ações. Você vê isso na economia, você vê isso em vários aspectos que não chegam na ponta da população. Então, hoje, na minha opinião, nós temos um governo federal pendurado em programas de assistência, que já não está dando resultado mais.” Desaprovação – “A gente tem pela frente aí mais, talvez, oito meses para um processo de reversão. É possível? Pode ser possível. É máquina. A gente precisa entender máquina. Mas eu não acredito. Em contrapartida, você também, no Brasil hoje, criou a dinâmica dos extremos. Então é muito importante hoje para o governo do PT, do governo de esquerda, ter o Bolsonaro como candidato ou alguém com as características do Bolsonaro. E para o Bolsonaro também é muito cômodo ter o PT. O que a gente busca enquanto, e aí eu falo por mim, eleitor, é ter uma opção. É preciso discutir isso. Será que nós vamos ter tempo hábil de ter um novo viés de candidatura? Então essa é uma grande discussão.” Lideranças nacionais – “A questão, se o Bolsonaro consegue consolidar o nome dele, voltar o nome dele, por questões legais, ou se ele consegue transferir isso para um sucessor dele na política. Lamento, hoje, as duas lideranças não se preocupam com sucessão, não se preocupa em fazer novos líderes. E isso vai se desgastando, vai cansando até mesmo o meio político. O fato é que nós vamos transferir isso para as eleições estaduais.” Bolsonaro – “Nós precisamos respirar novos horizontes. Na gestão Bolsonaro, a gente pode ter tido alguns ganhos, mas a gente sofreu com alguns aspectos que são vitais. A gente regrediu em algumas ações. Mas isso são detalhes. Eu estou na busca de uma nova opção. O meu voto é centro-direita, mas estou na busca de um novo horizonte político.” Bacellar – “Hoje ele tem uma dificuldade, mas ele tem uma máquina. Nós já vimos isso antes e já vimos também na eleição passada uma tendência de virada de última hora, onde o Paes liderava todas as pesquisas e chegou um totalmente desconhecido, que mal as pessoas conseguiam finalizar, o Wilson Witzel. Não sabia nem falar o nome. Eu falei que não é possível. E ele reverteu em 15 dias. Bom, que fenômeno foi esse? Foi o fenômeno da direita. Então, a eleição, a campanha, ela vai ser efetivamente impulsionada pela política nacional. Então, hoje dizem, tem 90 municípios do estado do Rio de Janeiro que têm um viés de política de direita. Os prefeitos têm uma condução importante nesse processo. Então, pode transformar, respeitando a condição do Rodrigo, presidente da Alerj, com todas as articulações, como, em breve, governador. Mas, se foi possível fazer com o Witzel, com 15 dias, com a máquina e toda essa estrutura, e ainda a direita embarcando, ela se torna uma eleição ainda para ser disputada.”Eduardo Paes – “É um passo em busca de consolidar espaço que ele não tem, o Eduardo Paes. E precisa entender a abrangência de uma candidatura local, se ela abrange a região Norte e Noroeste Fluminense toda ou ela fica restrita a Campos. Então, essa discussão é um novo cenário que precisa ser inserido e discutido. Se fosse buscar um vice da Baixada para Eduardo teria essa abrangência? Então, o fato é que Eduardo hoje, o que ele tem na nossa região é o voto de esquerda, porque não vota no candidato de direita. É por exclusão e não por adesão simplesmente ao nome de Eduardo. Um candidato daqui reforçaria? Óbvio que reforçaria. Tem que entender qual é a abrangência disso tudo. Então, fica restrito a Campos ou ela abrange a região Norte e Noroeste Fluminense? Tem que saber onde a pré-campanha de Eduardo Paes está mais carente, aonde ele não tem alcance. Aí sim ela seria uma ação pontual.” Primeiro turno – “Eu digo que hoje não é uma eleição definida. E acho que o Estado do Rio de Janeiro, diferentemente do que eu gostaria de ver para o nível nacional, vai ser uma eleição de primeiro turno. Porque nós não vamos ter outros conjuntos se colocando.”Eleição aberta – “O fato é que é uma eleição, volto a dizer, aberta para o Estado do Rio de Janeiro, em que a gente vai poder analisar nos próximos meses. A gente fala assim, o Eduardo Paes é de uma corrente de esquerda. Teoricamente eu discordo, porque ele é um cara que transita bem, ele está no PSD, é um partido de centro. O Eduardo extrapola as fronteiras do Rio de Janeiro, mas nas cidades periféricas. Ele tem dificuldade no interior. Ele tem dificuldade de adentrar. Ele pode captar o voto da esquerda, mas no Rio de Janeiro ele tem o carisma e aquela questão política que é dele. No Rio, eu acho que se limita a duas candidaturas consolidadas e uma terceira que não vai fazer, a não ser que seja uma eleição muito disputada, nós estamos falando de décimos de percentual.”Senado – “Acho que tem a tendência dele investir na segunda cadeira. Se ele (Flávio Bolsonaro) é o mais votado e ele investe na segunda cadeira, como diz a política da direita é eleger o maior número de senadores. Acho que se o Flávio tem essa vantagem, que as pesquisas dizem, e acho que tem mesmo, ele leva a segunda cadeira se ele se dedicar. Porque foi assim que aconteceu com o Arolde de Oliveira. Não figurava entre os candidatos para ganhar a eleição. Por isso tenho insistido nessa questão de que a eleição em alguns estados vai ter uma interferência direta da política nacional.” Nome do setor produtivo – “O setor produtivo, e para mim isso já está mais do que definido, ele terá pré-candidato nas próximas eleições. Precisa entender se seria a estadual, se seria a federal, mas o fato é que a gente precisa se colocar. Quem quer ser ouvido tem que falar, tem que se manifestar. Eu trabalhei muito essa questão a nível estadual, com outros pares.  Tanto é que nas últimas eleições nós tivemos três candidatos, e acabou que a gente não teve êxito nas três candidaturas a nível estadual. Mas agora a gente pode ter um. Agora a gente pode ter um estadual, pode ter um federal. O fato é que vai ter pré-candidato sim. Eu hoje tenho uma missão junto à Fundação, mas eu não me furto de colocar meu nome à disposição. Acho que Wainer (Teixeira) preencher todos os pré-requisitos, assim como outros companheiros também do Estado do Rio de Janeiro, que ocupam espaços e que têm mandato de vereança também. O fato é que isso já está definido dentro do movimento logista. Precisa ter pré-candidatos próprios, consolidados, com base e que defendam a questão do desenvolvimento de uma forma mais ampla.” Disputa para deputado – “Em tempos não muito distantes, a cidade fez dois federais e quatro ou cinco estaduais. E outra coisa, nós aumentamos o número de eleitores na nossa cidade. Então, acho que regionalmente é possível fazer cinco estaduais que dão uma bancada muito bacana. E federal também, dá pra fazer dois. Então, eu acho que isso é normal e também define alguns posicionamentos. Porque nós temos quem é a favor e quem é contra. Nós temos quem gosta e quem não gosta. Então, precisa ter a opção pro eleitor dizer assim, não, eu não quero por esse caminho, mas quero por esse. Eu acho que esse aqui está bom, mas esse aqui não me serve. Então, essa pluralidade de correntes políticas faz com que a gente aumente a nossa capacidade de fazer mais deputados.” Desafio – “Estou diante de um desafio novo, da questão da Fundação CDL, a partir de 1º de julho. Não sou presidente da Fundação ainda não. Nós temos um companheiro lá à frente. Mas é um novo desafio na minha vida. E quando a gente chega em casa e diz pra família, olha, apareceu um novo desafio, mais um. Mas isso faz parte do contexto. E eu agradeço muito aos meus pares. A escola CDL é uma escola que ela frutifica, ela cresce, dá oportunidades. Agradecer ao presidente Fábio, ao conselho consultivo, que são o conselho dos últimos presidentes, que se reuniu e disse, esse é um grande instrumento. Como nós transformamos esse grande instrumento em um resultado. Não só para o setor lojista, mas para a população. Declínio – “Se for fazer uma análise curta, 30 anos passados, Campos tinha 27 lojas de tecido. Hoje deve ter umas seis. Então, muda. É o contexto que muda. E você tem que estar aberto a essas mudanças. Eu me empolgo a esse assunto, porque eu sou e vivo a Rua João Pessoa, eu vivo o comércio de rua. E a gente está atento, porque essa mudança não para por aí. O comércio vai mudar violentamente, de forma drástica, nos próximos dez anos. E onde a gente vai se encaixar dentro desse processo? Uma coisa eu te digo, a gente lidar com o ser humano. O ser humano tem sentimentos. Ele quer tocar, ele quer ver, ele quer vivenciar aquele momento.” Qualificação e Emprego – “Nem sempre a gente consegue entregar tudo o que a gente planeja, mas a experiência à frente da Secretaria de Qualificação e Emprego, no momento em que a questão da qualificação é fundamental para a questão do emprego. Se a gente for analisar a nossa região aqui, cada vez mais as empresas, as indústrias, elas estão tecnicamente mais exigentes com a questão do emprego. E qualificar é uma das funções do poder público. Então passar à frente da qualificação, estar à frente da qualificação do emprego, estar à frente junto com que estava na secretaria, para mim foi enriquecedor. Acredito que eu tenha adquirido muito mais conhecimento sobre o tema. Nós nos dedicamos, estudamos e fizemos um movimento para que a qualificação chegasse a toda a nossa cidade.” Resultados - “Fizemos as entregas, entregas de acordo com o que nós tínhamos disponível para colocar. Para mim, foi uma grande oportunidade. Agradeço ao convite, à época, porque foi desafiador. E foi muito bacana. E acho que também dentro de um movimento que se fez para que pudesse trazer um braço do poder público para o centro da cidade. Nós escolhemos uma área onde realmente vive uma dificuldade de trânsito, que é a Rua 7. E ali estávamos, muito bem equipados. Mas é o conjunto, mais um instrumento. Então, eu diria o seguinte, entreguei e me realizei à frente da Secretaria de Qualificação e Emprego, tanto quanto quando eu tive a oportunidade de ser secretário de Desenvolvimento Econômico. Um tema também muito sensível e que também foi gratificante. A vida é feita de ciclos. Cumpri o meu ciclo, entreguei, e acho que deixo um legado para que os próximos possam aperfeiçoar, melhorar, dar dinâmica. Saída da Secretaria – “Minha caminhada até o dia de hoje sempre foi preservando a relação. Você pode discordar, pode não querer mais participar, mas a relação humana fica, a relação de pessoas fica. Então, eu nunca saí dos ambientes onde eu convivi pelas portas dos fundos. Eu agora tive a oportunidade de entender que o caminho meu não era mais esse. Me posicionei, agradeci e disse, estou indo. Mas esse estou indo foi atendendo demandas, porque quem é servidor público, quando você é secretário, você é servidor público, não pode ser egoísta ao ponto de resolver o seu problema e que os outros se dane, na expressão mais popular. Me foi solicitado, eu fiquei mais uns 30 dias para organizar e tal. Então, essas coisas, na minha vida, elas sempre foram pauta principal. A gente passou o ciclo, vamos viver uma outra experiência, vamos viver em outro ambiente, outro grupo político, e vamos entender como que isso pode ser importante para a população.”Estruturar a cidade – “Estamos falando de uma cidade muito melhor constituída de ensinamento básico. Hoje nós temos diversas universidades no município de Campos, nós temos o ensino técnico profissionalizante. Nós temos cinco universidades federais, uma estadual, nós temos todo o sistema S implantado aqui. Precisamos ter esse ambiente, não para a megaindústria. A megaindústria pode vir, sem problema, pode acontecer. Mas por questões até mesmo da logística. Mas nós temos ambiente de desenvolvimento para média, pequena, em volume. Precisamos ter as estruturas montadas para que isso absorva. Concordo plenamente, a nossa vocação é serviço. Mas isso não nos impede de abrir leque de opções.” Centro de Campos – “Revitalização do Centro é um tema que começou das grandes cidades, das capitais, que foram primeiros a se esvaziar. Vamos tomar como base que essas grandes cidades estão um pouco mais adiantadas do que a gente aqui. Cidades essas que muitas são mais novas do que a cidade de Campos dos Goytacazes, pela idade que nós temos. E que têm menos patrimônios culturais e históricos do que nós temos. O fato é que você, em um processo da década de 1980, houve alguns esvaziamentos de entes públicos das cidades, dos centros da cidade. Isso prejudicou muito. Não é o caso específico de Campos quando você diz, olha, Campos não houve o esvaziamento das ações do Governo Federal aqui. Você continua com a Justiça Federal no centro da cidade, continua com o INSS, a agência principal da Caixa Econômica continua no centro da cidade. O Banco do Brasil, muitas coisas, só se decide no centro da cidade. Então, a questão federal se manteve.”Revitalização – “Para a revitalização do Centro, tem que ter a mão do poder público municipal. Você tem hoje em Campos um alto índice de inadimplência costumaz de IPTU, de imóveis que estão fechados há mais de dez anos. Então, a Prefeitura já não arrecada mais por esse imóvel. Precisa ter incentivo. Então, precisa que se discuta e não estou falando de abrir mão de receita, porque ela já não entra. Precisa se discutir quais ações nós podemos fazer para que a gente comece a abrir as lojas que estão fechadas. É isso que está acontecendo em cidades mais avançadas, como o Rio de Janeiro. O prefeito foi lá e comprou um prédio e depois ele botou para poder fazer o refit. Então, essas ações dependem muito da vontade do gestor para que isso efetivamente venha a acontecer.”Calçadão – “Nós temos como cartão postal o Calçadão de Campos. Ele precisa não de um but, não, ele precisa de uma grande geral. Então, isso é a mão do poder público municipal atuando nesse processo de revitalização. Mas eu diria que a própria CDL fez um evento e trouxe essa discussão na UENF, muito prestigiada, trouxe gente de fora. Eu falo com o meu president, Fábio, tem que voltar a fazer novas discussões sobre isso. Precisa reviver esses momentos para que a gente não caia. E acredito piamente que o Centro da cidade tem um charme, ele tem conteúdo para transformar isso em um ambiente não só de comércio, de serviço, como de lazer.” 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS