Wainer Teixeira: "Temos um secretariado maduro"
Aluysio Abreu Barbosa, Cláudio Nogueira, Gabriel Torres e Hevertton Luna 16/07/2025 07:44 - Atualizado em 16/07/2025 07:44
Wainer Teixeira no Folha no Ar
Wainer Teixeira no Folha no Ar / Genilson Pessanha
“Com certeza uma nota 8 para Wladimir, por esse senso de realismo, serenidade e sem paralisia, porque não adianta a gente sustentar aparentes conquistas e comprometer o futuro.” Foi o que disse o secretário de Gestão de Pessoas e Governança Digital e vereador licenciado, Wainer Teixeira (PP), entrevistado desta terça-feira (15) no programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Ele analisou os desafios do governo Wladimir Garotinho em cumprir o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) que estabelece o fim dos RPAs e as ações necessárias para isso, como concursos públicos e processos de terceirização. Além disso, o corte do cofinanciamento estadual à saúde pública de Campos por Rodrigo Bacellar, segundo ele, uma antecipação do pleito de 2026. Também projetou as chances de Campos na disputa a deputado no próximo ano.
Início da gestão – “Para quem foi talhado em uma pandemia, para quem foi talhado em uma sucessão de primeiro governo, que encontrou muita dificuldade, esse quadro de secretários, de equipe que nós temos, ela se evidencia como madura, como experiente, para fazer esses ajustes. Ainda neste ano, se Deus quiser, a gente consertar todo possível desalinhamento que houve. Acho que é muito importante para todo governo, trabalhar com suas reservas técnicas, trabalhar com planejamento orçamentário para que a gente tenha sempre uma gestão tranquila.”

Ajustes – “Na verdade, todo o primeiro ano de uma gestão são anos de mudança, um ano de dificuldade, porque precisa fazer ajustes. Aliás, nós fomos talhados assim, porque o primeiro ano da outra gestão foi um ano de pandemia. Foi um ano que sucedemos um governo também de muita dificuldade.”

Dificuldades iniciais – “Avalio esses primeiros seis meses como meses de dificuldade, dificuldades naturais que foram agravadas pela necessidade de cumprirmos um compromisso assumido com o TCE através do TAG. Mas vejo que a gente caminha com muito realismo.”

Nota para Wladimir – “Com certeza uma nota 8, por esse senso de realismo, esse senso de serenidade, sem paralisia. Porque não adianta a gente sustentar aparentes conquistas e comprometer o futuro. Nós somos um grupo político que precisa efetivamente sobreviver, e a sobrevivência dele está também na gestão técnica de administrar os problemas sem varrê-los para debaixo do tapete.”

Realinhamento – “Entendo também como natural esses momentos que a gente passa e que exige esse realinhamento. Não está acontecendo somente nas questões de folha de pagamento. Ele acontece em todas as áreas, em contratos. Então, isso mostra a maturidade do grupo, no sentido de não permitir que o aperto financeiro inviabilize.”

Importância dos RPAs – “Primeiro é preciso ser dito da importância dessa mão de obra na prestação de serviço ao munícipe. Então é indiscutível que parte dessa mão de obra ela presta serviço na ponta e ela complementa a aplicação das políticas públicas. Portanto, ela é necessária. Sem ela, a gente não conseguiria efetivamente prestar o serviço à população. A verdade é essa.”

Questão dos RPAs – “É um problema do RPA atravessa 30 anos, que está sendo enfrentado com muita serenidade, com muito planejamento. Não encarar o problema significa continuar efetivamente colocando uma população expressiva de trabalhadores à exposição do contrato de exploração. Então, assim, eu estou muito seguro da decisão da gestão do Wladimir, estou muito comprometido no cumprimento do TAG e, ao mesmo tempo, fazendo isso, de certa forma, com transição.”

Desgaste com o fim dos RPAs – “Ao mesmo tempo, tem um certo desgaste, que são pontuais, e que a gente vê com certo realismo, porque tudo isso nos aflige muito. Mas essa maturidade adquirida, essa experiência, esse caminho feito, nos coloca com aquela certeza de que estamos tomando as iniciativas corretas, estamos enfrentando o problema de frente. Com certeza, com apoio e com a unidade de todo o governo, a compreensão de toda a sociedade, a gente vai vencer como vencemos a questão da pandemia.”

Terceirização – “Tenho muita expectativa de que, no caso da Educação, a terceirização possa acontecer até antes do próprio concurso. Porque são processos diferentes, eles caminham de forma diferenciada. Existem equipes diferentes trabalhando esses processos. E por isso você vai entender, porque as pessoas falam comigo assim, mas professor, por que não faz o da Saúde agora? Porque também nós não temos tanta gente. Volto a dizer, são 12 anos sem concurso público na prefeitura toda.”

Cumprimento do TAG – “Nós vamos cumprir o TAG, o Termo de Ajustamento de Gestão, com três formas, indicada pelo próprio órgão de controle, pelo TCE. Um deles é a reforma administrativa, foi feita, está sendo implementada. Uma outra forma, a forma do concurso público também está sendo feita. Nós já fizemos três concursos públicos e agora, na última semana, o prefeito anunciou aquele que será um dos concursos mais robustos. Um dos maiores concursos da história da Prefeitura de Campos.”

Desafios do TAG - “Então, o TAG nos consome muito e ele justifica um pouco a separação da antiga Secretaria de Administração e Recursos Humanos em três secretarias. Então, nós temos hoje, saindo da Secretaria de Gestão de Pessoas, e Governança Digital, a Secretaria de Patrimônio Público e a Secretaria de Administração e Contrato.”

Concurso da Educação – “O concurso público, a orientação do prefeito, é que no próximo período letivo esses profissionais estejam em salas de aula. Então, a meta é esta. Não posso precisar da data certa. Nós temos toda a experiência dos três concursos que agora nos ajudam muito. Então, o que eu posso assegurar a empresa efetivamente que fará a banca é a mesma que fez os outros três, porque nós vencemos essa etapa de licitação.”

Mais concursos – “A nossa história de cumprimento nos permite aqui afirmar que a gente vai continuar realizando concursos. E depois da Educação, com certeza virão outros. A gente não consegue fazer tudo ao mesmo tempo. Para fazer bem feito, a gente tem que se dedicar. A equipe tanto da Educação, da Procuradoria, quanto da minha secretaria de Gestão de Pessoas, está muito empenhada em fazer dar certo.

Celetistas – “Vamos sair com muitos celetistas, se Deus quiser, contratados por aquelas empresas que ganharem a licitação de terceirização. Portanto, gerando o emprego mais estável, mais seguro para esses prestadores de serviço. Essa é a minha confiança, esse é o trabalho que a gente tem feito.

Folha de servidores – “Nossa folha de pagamento é alta, com mais de 20 mil pessoas. Nós temos um grupo em torno de 14 mil servidores entre ativos, cargos de confiança, IPSS. E temos uma folha de inativos de 5.800 servidores. Isso não é pouca coisa.”

Folha de pagamento – “Esse mês, a nossa folha por conta do 13º chegou a casa dos R$ 170 milhões. Isso ser injetado dentro da economia, isso é muito importante. Então, isso evita uma certa estagnação, porque ativa o mercado consumidor. Então, eu vejo assim que tudo tem que ser feito para resguardar essas prioridades.”

Atraso nos pagamentos – “A gente trabalha muito para que isso não aconteça. Inclusive, na nossa área de gestão de pessoas, o ideal é a gente sempre ter um fundo de reserva que faça jus a futuras folhas. Inclusive, nós já tivemos isso. Então, várias vezes a gente sempre ouviu o prefeito, os colegas da fazenda, do controle, de dizer desse colchão que a gente precisa, que tinha e precisa voltar a ter.”

Fundo de reserva – “A gente não só trabalha no sentido de manter em dia, mas enquanto secretaria de Gestão de Pessoas, responsável pela folha, a gente estimula os colegas responsáveis, inclusive o prefeito, para que tenha este fundo de reserva que dê essa tranquilidade.”

Sem atrasos – “Ele (Wladimir) criou uma comissão, da qual faço parte eu, faz parte o procurador-geral e o seu chefe de gabinete, capitaneada pelo vice-prefeito, o Frederico Paes, no sentido de operacionalizar esses ajustes. Então, toda a Prefeitura conta com essa comissão para ajudar o prefeito, neste momento de dificuldade. É proceder com os ajustes para que esta questão de atraso de folha não aconteça.”

Falta de repasses à saúde – “Vejo que atentar contra a saúde por questão política é um grande equívoco, até mesmo uma irresponsabilidade. Nós somos um polo regional, atendemos inúmeros municípios e não é aceitável por parte de toda a sociedade, não é só pelo prefeito, sermos prejudicados por conta de posicionamento político.”

Corte no cofinanciamento – “Aquilo que já não estava bom, piorou. Porque, se você reclama que o volume de recursos aportado no cofinanciamento pelo governo do Estado não é suficiente para custear aquela parte da contrapartida. Você imagina, então, você rompendo um contrato. Então, eu vejo assim como alarmante. Vejo a situação com muita tristeza e vejo que o maior penalizado é o munícipe.”

Todos perdem – “É uma antecipação desnecessária, que não é útil à sociedade campista essa questão de envolver a saúde com essa questão política. Todos nós perdemos. Perde o município, perde o munícipe, perde a região e perdem os políticos.”

Antecipação – “No Brasil, eu me reporto aqui também no estado do Rio, às vezes a gente antecipa muito os processos eleitorais. Então, quatro anos é muito pouco tempo para você dois anos antes já investir um tempo absurdo que deveria estar sendo gasto na solução dos problemas nacionais ou nos problemas regionais ou municipais, para investir num processo especulativo. Cujo o sentido dele é uma nuvem que está passando.”

Caminho de Wladimir – “Para deputado federal e estadual, eu vejo a coisa caminhando de forma um pouco mais definida. É lógico que vai depender muito do caminho do prefeito Wladimir. Mas mesmo a caminhada de Wladimir é muito natural. É um político nato, é um político de carreira, no sentido de que tem a política de forma profissional, ele é dedicado a isso.”

Projeção a deputado - “Eu vejo que o município tem toda a possibilidade de fazer quatro deputados estaduais e dois federais. Então eu acho factível. Mais do que isso, acho necessário. Em um momento como este que a gente vive, eu defendo muito o voto com nossa representatividade. É muito importante que o município de Campos tenha sua representatividade nas casas parlamentares reforçadas.”


Cérebro x Fígado – “Entendo que, realmente, política é articulação, é diálogo, é você estar na mesa participando da decisão. Portanto, ela se faz com a razão, ela se faz com a inteligência. Não há diálogo se não houver compromisso de inteligência com quem você efetivamente se articula.”

Da Alerj ao Estado – “E isso é indiscutível que Rodrigo fez, e fez muito bem. Você não reconhecer um líder político que se lança candidato de uma casa legislativa e ganha a eleição com unanimidade, efetivamente. Como essa mesma constatação eu vi com certa perplexidade as decisões dele já no poder, como governador, em seguida, acredito que em menos de dez dias. Não houve proporcionalidade nas decisões tomadas com aquelas feitas anteriormente na articulação.”

Movimento de Bacellar – “Política se faz também com confiança. É diálogo e confiança. Então, a medida em que você fica instável nessa confiança, eu vejo que a consequência é o que está sendo posto. É mais especulação. E aquilo, então, que antes era caminhando para a certeza, vai acontecer, se gera incerteza.”

Washington Reis – “O Washington havendo possibilidade de ele reverter o processo dele, ele já se afirma como candidato. E, com certeza, vai brigar lá em uuma seara que antes não tinha páreo. Porque é um bom páreo, viu? É o segundo maior colégio eleitoral. Consegue reunir em torno dele outras lideranças.”

Senado – “Eu acho que essa instabilidade ou essa mudança de caminhada, que aconteceu para governador acaba trazendo reflexo na eleição do Senado. Vejo que a grande possibilidade de um segundo (eleito) na direita é indiscutível, mas acho que a esquerda com Benedita, ela sai fortalecida no meio dessa confusão.”



ÚLTIMAS NOTÍCIAS