Novo mutirão da saúde é lançado em Campos
Júlia Alves 03/09/2025 11:44 - Atualizado em 04/09/2025 09:04
Novo mutirão da saúde é lançado em Campos
Novo mutirão da saúde é lançado em Campos / Júlia Alves
A Prefeitura de Campos lançou mais de 1,6 mil vagas para cirurgias no novo mutirão da saúde em evento realizado na manhã desta quarta-feira (3), no auditório do Centro Administrativo José Alves de Azevedo, sede da prefeitura. O projeto prevê a realização de cirurgias bariátricas, que deve ter a fila de espera zerada, e de outras especialidades, como os procedimentos de vesícula, catarata, hérnia e revascularização de miocárdio. De acordo com o prefeito, o objetivo dos mutirões é solucionar as demandas reprimidas e garantir mais qualidade de vida para as pessoas que esperam por isso há muito tempo.
A mesa foi composta pelo prefeito do município, Wladimir Garotinho; o vice-prefeito, Frederico Paes; o secretário de saúde, Paulo Hirano; o vereador Doutor Maninho; o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Campos, Carlos Alberto; o presidente da Fundação Municipal de Saúde e subsecretário de Regulação em Saúde e a diretora administrativa do Hospital Escola Álvaro Alvim, Meiriele Pedra. 
Durante o lançamento, Wladimir anunciou a realização de 1.617 cirurgias e explicou a quantidade de vagas para cada especialidade, além da bariátrica.
"Das 250 pessoas em fila hoje, nós vamos oferecer 330 bariátricas. Vai zerar a fila, nós vamos poder atender mais gente, porque vai aparecer mais gente. Vamos fazer 600 cirurgias de vesícula. Praticamente, vamos zerar metade da fila da vesícula. Nós vamos oferecer 405 cirurgias de hérnia. Vamos diminuir muito a fila de hérnia. Vamos oferecer, no Alvaro Alvim, 250 cirurgias de catarata. E vamos oferecer 32 cirurgias de revascularização do miocárdio, que é uma patologia muito específica do coração, que hoje, por exemplo, tem 15 pessoas em fila. Nós vamos oferecer 32, ou seja, ainda vai sobrar, totalizando assim 1.617 cirurgias", disse Wladimir em lançamento. 
Júlia Alves
O novo mutirão vai beneficiar pacientes que estão inseridos no sistema da Regulação em Saúde, cujo fluxo de atendimento foi apresentado nessa quarta-feira. A iniciativa está sendo viabilizada em razão de novos recursos financeiros oriundos de emendas parlamentares, transferências do Fundo Nacional de Saúde especificamente para realização desses procedimentos no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Campos e Hospital Escola Álvaro Alvim e integram o programa de redução de fila de espera por cirurgias.
O secretário de saúde do município, Paulo Hirano, celebrou a realização do novo mutirão e ressaltou que, em breve, elas serão realizadas.
"É um sentimento de que estamos cada vez mais avançando. A gente não para apesar de todas as dificuldades que cercam a gestão pública, como todos tomaram conhecimento em momentos anteriores de dificuldades financeiras e tudo mais. A gente conseguiu realmente agora dar esse avanço em mutirões de cirurgias. Então, a gente priorizou aquelas filas maiores, principalmente da cirurgia bariátrica, como também cirurgias de vesícula, cirurgia de hérnia, revascularização do miocárdio, como também cataratas. A gente vai avançar e reduzir significativamente as filas de espera nesses blocos de cirurgia. São recursos que vieram diretamente do Ministério da Saúde, especificamente para duas instituições e esses dois hospitais agora vão fazer o procedimento dessas cirurgias. Em breve, mais de 15 dias, talvez, só para reajustar o fluxo e vamos iniciar esse grande mutirão, se Deus quiser, aliviando essa fila, aliviando o sofrimento das pessoas e cada vez mais avançando, que é o nosso dever de assistir cada vez mais e melhor a nossa população", comentou.
Joelma Alves é psicopedagoga e está envolvida em grupos de WhatsApp com quase 400 pessoas que fazem bariátrica. Ela comentou que organizou um evento sobre o Setembro Amarelo, relacionando-o com a saúde mental e as comorbidades, como diabetes e pressão alta, associadas à obesidade.
"Eu mobilizei para fazer a interdisciplinaridade com o tema Setembro Amarelo porque a gente sabe que a questão das comorbidades oriundas da obesidade como diabetes e pressão alta, dentre outras possibilidades, causam desespero, ansiedade e depressão, além de casos reais de pessoas que amputaram pernas por conta desse problema da diabetes e não tiveram a chance de fazer a bariátrica e ceifaram suas vidas. Isso são dados reais e no Setembro Amarelo a gente fala de conscientização contra o suicídio e amor à vida", relatou.
Divulgação
Ela destacou ainda a importância da cirurgia bariátrica para melhorar a saúde e prevenir complicações graves, e comemora a abertura do mutirão. Joelma enfatizou também que a bariátrica é uma questão de saúde, e não apenas estética.
"Isso representa uma vitória incrível, tanto dos nossos manifestos, mas principalmente da nossa luta diária em relação ao nosso município. Chegamos até aqui, por que acreditamos desde o início, acreditamos que seria possível. Primeiro quero agradecer a Deus, que sem ele nada seria possível, e segundo agradecer a empatia e o olhar da gestão para uma causa que é considerada fútil na cultura popular. É muito cultural a gente interligar a questão bariátrica à estética, e isso já caiu por terra há muito tempo, bariátrica é saúde. Pensar na bariátrica como resolução de saúde, a gente pode zerar filas posteriores. Então, pessoas que fazem bariátrica e deixam de ser diabéticos, porque isso é um dado, podem deixar de estar na fila de amputações lá na frente. Esse é um olhar de gestão que a gente gosta de participar. É um olhar para o futuro de médio e longo prazo", complementa.

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