Júlia Alves
06/09/2025 10:01 - Atualizado em 06/09/2025 11:58
Uma manifestação em prol de justiça no caso de Rafael Vasconcelos aconteceu na manhã deste sábado (6), exatamente um ano após o crime que deixou o jovem de 19 anos paraplégico em uma tentativa de assalto. O ato ocorre em frente à Delegacia de Polícia do Centro, onde a ocorrência foi registrada. Na edição impressa deste sábado, a Folha trouxe uma reportagem especial sobre a trajetória de Rafael e a luta da família por respostas.
A mobilização reúne familiares e amigos que acompanham o caso desde o início. Eles pedem por agilidade e prisão dos dois criminosos que participaram da ação criminosa. Até o momento, apenas um deles foi identificado. Leonardo de Souza Junior teve a prisão decretada e desde então segue Foragido da Justiça. Ainda não há informações sobre a identificação do segundo envolvido.
Divulgação
"Hoje estou bem, graças a Deus. Estou conseguindo fazer minhas coisas de forma mais independente. Mas, um ano atrás, a minha vida mudou. Com isso, vieram as consequências e até hoje não temos resposta. Não há solução. Por isso, estamos aqui pedindo justiça", comentou Rafael.
Rodrigo Silveira
A irmã Nathalia Vasconcelos expressou a frustração com a espera por justiça. “Hoje, além de ser um dia triste, também é um dia de comemorar, porque é uma nova vida dele. Se não fosse por isso, não era para ele estar aqui hoje. Apesar dos pesares, a única coisa que a gente está querendo agora é justiça, porque a polícia também já não dá mais nenhuma satisfação. A gente procura para ter notícias e sempre é a mesma resposta. Então, a sensação que a gente tem é que o caso já foi abandonado. A gente quer justiça não só por ele, mas por segurança na cidade e para todo mundo”, declarou.
Andréa Vasconcelos é tia e madrinha de Rafael. Ela compartilhou a dor e as mudanças na vida da família após o crime que o deixou paraplégico.
“Há um ano as nossas vidas mudaram completamente. A gente agradece por ele estar vivo, mas é uma dor porque ele era um garoto de esporte, jogava bola, jogava vôlei, andava de bicicleta, tinha a independência dele. Já era Jovem Aprendiz na Faculdade de Medicina, então ele tinha uma vida independente. E, de repente, com 18 anos, está em uma cadeira de roda, com a vida toda dependendo dos outros. Por mais que a gente tenha dado um conforto com a ajuda das pessoas. Mas ele ainda depende para tomar banho, para sair de casa, para ir pra fisioterapia, pois não é todo uber que aceita. Então é tudo difícil, para voltar à faculdade presencial vai ser difícil, por enquanto só online mesmo. Então mudou toda a vida dele. Pra gente é uma dor, porque a gente sai de casa todo dia, tem a vida da gente e ele está em cima de uma cama. Então dói, quando eu penso que eu posso viajar, fazer as coisas, e o meu menino está em casa um domingo inteiro. É uma dor muito grande. Quantas e quantas vezes eu chorei e ainda me emociono, pois muita coisa mudou na nossa vida”, relatou.
Rodrigo Silveira
Ela relata ainda o esforço constante da família para incentivá-lo a seguir em frente e descobrir novas formas para ele fazer o que gosta.
“A gente espera que pelo menos seja feita justiça, para que ele também saiba que quem fez isso com ele também está preso, não está curtindo a liberdade. Muitas vezes eu vejo uma esperança no olhar dele, que a gente sabe que não existe. Então, o que a gente tenta fazer com ele todo dia é incentivar a procurar um esporte e dizer que a ferida vai se fechar