Wladimir e Bacellar juntos após federação entre União Brasil e Progressistas
A federação entre União Brasil e Progressistas (PP), oficializada em agosto, promete mexer no tabuleiro político de Campos e do estado do Rio de Janeiro. A aliança nacional une, sob o mesmo teto, o prefeito Wladimir Garotinho (PP) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), que até então estavam em lados opostos. A união partidária passa a ser a maior força política do país em número de representantes.
Para a eleição do próximo ano, o movimento abre espaço para rearranjos. Wladimir tem se aproximado do ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), pré-candidato ao governo do Rio, e pode avaliar uma mudança de legenda. Durante a abertura da 64ª ExpoAgro, em agosto, o prefeito campista evitou confirmar a composição da chapa, mas Reis adiantou que ele será seu candidato a vice.
Já Bacellar, que mira a disputa pelo Palácio Guanabara, também pode buscar nova sigla. O presidente da Alerj viu sua influência enfraquecer após a exoneração de Washington da Secretaria Estadual de Transportes.
Na Câmara de Vereadores de Campos, a federação cria um novo cenário político. A base do prefeito e a oposição liderada por Marquinho Bacellar (União), irmão de Rodrigo, passam a dividir o mesmo partido.
Entre os nomes ligados à nova aliança estão o presidente da Casa, Fred Rangel, e vereadores como Doutor Maninho, Sub Jackson, Bruno Pezão e Kassiano Tavares, pelo PP, além de Marquinho e Dandinho de Rio Preto, pelo União.
Mauro Silva, presidente do diretório municipal do PP em Campos, afirmou que a decisão da federação é nacional. “Estamos aguardando as novas diretrizes. Com certeza vai mexer no tabuleiro político do estado. Vejo que o movimento das peças ainda não está definido. A política é muito dinâmica. Prefiro aguardar as próximas tacadas”, analisou.
A reportagem entrou em contato com as assessorias de Wladimir Garotinho e de Rodrigo e Marquinho Bacellar, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Fusão em números
A superfederação União Progressista não representa apenas um rearranjo político, mas também passa a ser a maior força partidária em números no país. Além de reunir 109 deputados federais, formando a maior bancada da Câmara, o grupo deve alcançar 15 senadores ainda nesta semana, tornando-se também a maior representação no Senado.
No cenário municipal, a nova legenda concentrará 1.335 prefeitos em todo o Brasil, superando o PSD, que administra 889 prefeituras. A força se estende ainda aos estados, com sete governadores filiados.
Com esse peso político, a federação também terá acesso à maior fatia dos recursos públicos. Considerando os valores de 2024, a União Progressista teria direito a 953,8 milhões de reais do fundo eleitoral, valor 67 milhões maior do que o PL, segundo colocado. No fundo partidário, o volume chegaria a 197,6 milhões de reais, igualmente a maior cifra entre as siglas.