Testemunhas do caso Bruno Pezão falam à Justiça Eleitoral
Gabriel Torres 02/09/2025 18:27 - Atualizado em 02/09/2025 18:27
Vereador Bruno Pezão
Vereador Bruno Pezão / Foto: Reprodução rede social


A Justiça Eleitoral ouviu na tarde desta segunda-feira (1°) as testemunhas do processo que envolve o vereador Bruno Pezão (PP), investigado por suposto abuso de poder político e econômico na eleição de 2024. As testemunhas foram todas ligadas à Polícia e algumas delas relataram dificuldade em encontrar quem aceite depor no inquérito policial que envolve o vereador.

Em outubro do ano passado, após a Polícia Civil apreender mais de R$ 1 milhão em endereços ligados a ele, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação de seu registro de candidatura, a inelegibilidade por oito anos e a invalidação de seus votos. A responsável pelo processo é a juíza Aryanna Natasha Porto de Godoi, da 76ª Zona Eleitoral de Campos. Após a audiência, os advogados ainda podem apresentar suas alegações por escrito e então a juíza eleitoral deve proferir a sentença.
Segundo o MPE, de acordo com os fatos apurados e detalhados em inquérito policial, Bruno Pezão estaria se utilizando de recursos financeiros não declarados, além do emprego de coação e intimidação de eleitores, armas de fogo e intimidações de criminosos, orquestradas por uma organização criminosa envolvida em torturas, mortes e tráfico de drogas, entre outros, com forte influência na região de Campo Novo.
Na audiência, a delegada do 6° DPA, Natália Patrão, ao responder sobre a operação contra Pezão, afirmou que chamou a atenção dos agentes o entrelaçamento da política com o tráfico de drogas. Porém, quando questionada pelos advogados do vereador sobre depoimentos no inquérito policial, disse que os moradores da Baixada preferem não testemunhar. "Além da Polícia, não tem e não vai ter", afirmou Natália.
Outra testemunha foi o policial civil Bruno Soares Viana, que atuava na 134 Delegacia de Polícia em 2024. Ele atuou na investigação sobre a videochamada realizada por Bruno Pezão durante um comício de sua campanha em 2024, em que supostamente aparece o traficante Ricardinho, chefe do tráfico de drogas na região de Campo Novo, na Baixada Campista, que está preso em Bangu.
Assim como a Delegada Natália, o policial civil Bruno também citou a dificuldade em obter depoimentos de moradores do local. Segundo ele, algumas pessoas procuraram a delegacia, mas preferiram manter anonimato.
Também falaram à 76ª Zona Eleitoral como testemunhas o comandante do 8º BPM, Coronel Arthur Barbosa, o delegado federal Anderson Barcelos de Azevedo e o policial militar William de Sá Gomes.

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