Rodrigo Bacellar é convocado para depor na CPI do Crime Organizado no Senado
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado convocou, nesta terça-feira (9), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), para prestar depoimento.
A convocação ocorre após a prisão de Bacellar por suposto envolvimento no vazamento de informações da operação que prendeu o ex-deputado TH Joias (MDB).
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que “as investigações têm mostrado que o crime organizado se fortalece quando encontra brechas dentro do próprio Estado. É nosso dever esclarecer quais estruturas favorecem esse processo”.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que apresentou o parecer do projeto Antifacção na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na manhã da prisão de Rodrigo, comentou sobre a relação de poder entre o Estado e as facções.
“O avanço do crime organizado no Brasil se materializa aos nossos olhos. No dia de hoje, foi preso o presidente da Assembleia do Rio. Então, acho que a compreensão do que é crime organizado deve ser um preâmbulo. O crime organizado não é apenas a materialização do pobre, na favela, com fuzil. O crime organizado é uma estrutura econômica poderosa, infiltrada em todos os ramos do poder, dentro e fora deste país”, disse o senador sergipano.
A aprovação do projeto foi defendida pelo presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA). “Não pode, sem dúvida nenhuma, uma organização criminosa tomar conta do Estado, tomar conta de uma Assembleia Legislativa de um estado como o Rio de Janeiro. Aprovar essa matéria é fundamental, importante e relevante para este momento”, afirmou.
A comissão também convidou o ex-governador do Rio e ex-prefeito de Campos, Anthony Garotinho, para ser ouvido. Ele afirmou, em rede social, que irá “com maior prazer”.
Celular de Bacellar
Ainda preso na superintendência da PF no Rio, o presidente da Alerj se recusou a fornecer a senha do celular. Contudo, o aparelho foi desbloqueado pelos agentes da PF.
Há a possibilidade de Bacellar não ter apagado conteúdos sensíveis do aparelho, já que ele foi pego de surpresa e levado desprevenido à superintendência da Polícia Federal.
Operação Oricalco
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sinalizou que as investigações terão novos desdobramentos. Moraes já pediu o compartilhamento de informações da Operação Oricalco, que ainda não foi deflagrada. O processo corre sob sigilo no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
“Ao desembargador relator Júdice Neto, da 1ª Seção Especializada do TRF-2, solicito o compartilhamento de todos os elementos de convicção angariados em todos os procedimentos e processos relacionados à Operação Oricalco”, despachou Moraes.
Com informação do G1