Glauber Braga é retirado à força da Câmara após ocupar cadeira da presidência
Gabriel Torres 09/12/2025 19:04 - Atualizado em 09/12/2025 19:06
Deputado Glauber Braga
Deputado Glauber Braga / Foto: Reprodução TV Câmara
O deputado federal Glauber Braga (PSOL) ocupou a mesa diretora da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (9) e se recusou a deixar o espaço. Após a declaração do deputado, os policiais legislativos da Câmara começaram a esvaziar o plenário. Além disso, a TV Câmara cortou a transmissão do plenário. Nesta terça, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), anunciou que os deputados devem analisar uma possível cassação de mandato de Glauber, acusado de agressão a um manifestante na Câmara.

Além do corte do sinal da TV Câmara, a imprensa foi retirada do plenário e impedida de acompanhar a movimentação. No momento em que Glauber ocupou a mesa, os deputados estavam na primeira fase da sessão da Câmara, que hoje pode votar um projeto que reduz a pena de Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados pela tentativa de golpe.

Durante esta fase da sessão não há votações de projetos, os deputados podem fazem pronunciamentos de até cinco minutos, também chamados de discursos de Pequeno Expediente.

Segundo Motta, o plenário da Câmara dos Deputados deve decidir sobre o caso de Glauber Braga, que teve um parecer recomendando a cassação aprovado pelo Comitê de Ética aprovado em abril deste ano. Glauber recorreu à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, mas o colegiado negou o recurso.
O deputado Chico Alencar (PSOL) disse que Braga está indignado com a decisão de Hugo Motta de pautar para esta quarta-feira (10) no plenário da Casa o pedido de cassação contra Braga, já aprovado pela Comissão de Ética. Segundo Alencar, a decisão foi tomada por Motta de "surpresa".

O caso
A denúncia que pode levar à cassação de Glauber Braga foi apresentada pelo Partido Novo em abril de 2024.

A sigla narra que Glauber protagonizou, dentro das dependências da Câmara, embates físicos com o membro do MBL Gabriel Costenaro e o deputado Kim Kataguiri (União-SP), um dos fundadores do movimento.

Segundo vídeos do episódio e os relatos colhidos ao longo do processo no Conselho de Ética, o deputado e Costenaro discutiram verbalmente em um dos anexos da Casa.

O desentendimento evoluiu para empurrões e chutes do parlamentar contra o militante, em uma tentativa de retirá-lo à força das dependências da Câmara.

Glauber Braga afirmou que a ação contra Gabriel Costenaro foi uma "reação a provocações sistemáticas" do militante e de outros membros do MBL ao próprio parlamentar e a aliados.

Segundo o deputado, o militante do MBL teria ofendido a honra de sua mãe, que veio a falecer poucas semanas depois do tumulto na Câmara dos Deputados.
Fonte: G1.

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