De Campos, Dib Hauaji possui maior coleção de câmeras do mundo
Dib Hauji, maior colecionador de câmeras fotográficas da América Latina, recebeu recentemente uma doação de 800 máquinas, elevando seu acervo para mais de 6 mil unidades e tornando-o oficialmente o homem com a maior coleção de câmeras do mundo. Com o recorde, o fotógrafo de Campos ultrapassou o colecionador indiano Dilish Parekh, que possuía 4.425 câmeras. Ele pretende registrar o feito no Guinness World Records, que exige catalogação fotográfica de cada equipamento do acervo.
Pioneiro da fotografia em Campos e colunista da Folha da Manhã, Dib construiu uma carreira marcada pela paixão por câmeras. Proprietário de uma loja que chegou a reunir mais de 40 fotógrafos, ele começou a colecionar equipamentos por meio de trocas, fornecendo máquinas para o trabalho de profissionais. Entre as mais de 6 mil unidades, estão modelos clássicos como Yashica, Rolleiflex, Pikanon, Pentax e Nikon, além de raridades como exemplares da alemã Leica, a Speed Graphic famosa nos filmes do “Super-Homem” e lambe-lambes — categoria em que Dib é o maior colecionador do Brasil, com cerca de 50 máquinas. A coleção inclui ainda centenas de câmeras digitais, marcando a evolução da fotografia para a era contemporânea.
Para expor seus equipamentos, Dib criou o Museu da Fotografia, que está situado na rua Nações Unidas, 99, no Parque Tamandaré. O espaço se tornou referência na região. Escolas da cidade frequentemente organizam visitas com mais de 20 alunos por sala, e turistas de outras localidades chegam em excursões, atraídos por equipamentos raros que só podem ser vistos no acervo.
— Eu não sou o maior, Campos que tem o maior museu de máquinas fotográficas do mundo. Essas câmeras não têm valor comercial, mas histórico. Aqui está a história da fotografia, como ela evoluiu. Mais dinheiro não tem valor, porque ninguém quer vender, e ninguém quer comprar. O valor é inestimável historicamente — destacou Dib.
Descendente de libaneses, Dib Hauaji começou a carreira como comerciante. Em seguida, deixou Campos para ingressar no ramo da construção civil, trabalhando na companhia Everest. Passou pelo Porto Mucuripe, no Ceará, e participou de obras em vários estados brasileiros. Mas, retornou à cidade natal em 1966, quando se casou com a esposa, Tânia. Praticante de artes marciais, só passou a ter a fotografia como fonte de renda após um acidente durante uma luta de judô, que o deixou paralítico.
Dib montou uma loja de fotografia com incentivo do amigo Fred Alberto Pirralho e teve como funcionário logo de início o fotógrafo Esdras Pereira, que morreu em 2021.
Dib montou uma loja de fotografia com incentivo do amigo Fred Alberto Pirralho e teve como funcionário logo de início o fotógrafo Esdras Pereira, que morreu em 2021.
Amigo do jornalista Aluysio Cardoso Barbosa nos tempos em que ambos estudaram no Liceu de Humanidades de Campos, Dib manteve com ele relação de proximidade. Tanto é que indicou o pupilo Esdras para integrar a equipe da Folha da Manhã antes mesmo da sua fundação, em 1978, como também teve, o próprio Dib, participação importante no rápido sucesso do jornal.
Como fotógrafo oficial dos prefeitos de Campos por décadas, o profissional viu e fotografou inaugurações de prédios, encontros políticos e acontecimentos marcantes como a assinatura dos royalties do petróleo, na praça do Santíssimo Salvador, com presença do então presidente José Sarney.