Morre, aos 71 anos, o antropólogo e advogado Alberto Ferreira Freitas
27/04/2025 12:40 - Atualizado em 27/04/2025 14:05
Alberto Ferreira morreu aos 71 anos
Alberto Ferreira morreu aos 71 anos / Reprodução rede social
Morreu em Campos na noite desse sábado (26), aos 71 anos, o antropólogo e advogado Alberto Ferreira Freitas. Alberto foi presidente da antiga Fundação Municipal Zumbi dos Palmares e também diretor da Casa de Cultura José Cândido de Carvalho, em Goitacazes, além de ter atuado fervorosamente na luta pelos direitos do movimento negro. O velório aconteceu na manhã deste domingo (27) na Capela São Benedito e o sepultamento foi realizado no cemitério vizinho, em Goitacazes, durante a tarde.
Alberto também foi militante do Muda Campos e do Partido dos Trabalhadores (PT). A presidente do diretório municipal do PT, Odisséia de Carvalho, lamentou a morte. "Nosso companheiro e amigo Alberto foi um homem livre, veio de família muito pobre de Campos oriunda do corte de cana, mas criado com muito carinho e amor. Foi estudar, seguir novos horizontes, onde se tornou sociólogo e um lutador do Movimento Negro. Militante do PT, sempre brigou para que tivéssemos uma sociedade justa e igualitária. Foi ao encontro da sua ancestralidade e de tantos amigos e amigas que o espera para uma boa conversa", declarou.
Luan Mugabe, filho de Alberto e sociólogo, relembrou da infância com seu pai como a grande referência de sua vida. “A gente sempre viveu cercado de livros, arte, cultura e da ideia dos conflitos sociais. Papai sempre se metia nos conflitos, sempre foi preocupado com as injustiças. E como diz o João Nogueira: ‘quando o espelho é bom, ninguém jamais morreu’. Vai ficar a saudade, o carinho, a referência e o legado.” exaltou Mugabe, que leva o nome em homenagem ao libertador do Zimbábue.
Velório de Alberto Ferreira
Velório de Alberto Ferreira / Hevertton Luna
Alberto é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e esteve inserido na fundação do PT nacionalmente. Também participou do lançamento do Movimento Negro Unificado (MNU) em São Paulo, trazendo uma secção para o estado do Rio. Foi gestor da Fundação Zumbi dos Palmares em 2008 por um período de seis meses. Sua inserção no movimento negro começou em 1974.
A assistente social e conselheira tutelar Mannu Ramos teve Alberto como interlocutor em sua pesquisa de mestrado.
"De forma generosa, como sempre, Alberto foi interlocutor na minha pesquisa de mestrado, e em muitas horas de conversa dialogamos sobre o papel do movimento negro na ocupação de espaços. Ele, uma fonte inesgotável de dados, referências políticas e acadêmicas. Meus sentimentos aos filhos e demais familiares", postou nas redes sociais.

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