Os corpos das vítimas que morreram eletrocutadas no Parque Boa Vista, em Guarus, na tarde da última quarta-feira (7) foram sepultados em Campos. Rodrigo da Silva Rodrigues, de 25 anos, foi velado e sepultado na tarde dessa quinta-feira. O velório aconteceu no Parque Boa Vista na Igreja Assembleia de Deus e o sepultamento aconteceu no Cemitério de Travessão. Já o corpo de Carlos Eduardo Muniz Ribeiro, de 36 anos, foi velado na Igreja Adventista do Sétimo Dia e o sepultamento ocorreu por volta das 11h desta sexta-feira (9). Amigos e familiares estiveram presentes para o último adeus. 

 A irmã de Carlos Eduardo, Verônica Ribeiro de Almeida, lamentou a perda do irmão e falou sobre a falta de assistência da empresa.

"A gente está indo embora e ele não volta com a gente. É uma dor que parece não ter como suprir. Não tem ninguém que vai confortar a gente, só Deus. Ninguém entrou em contato. Eu que fui na Enel, bati de frente lá dentro, bati de frente com a gerente, pedi uma assistência porque meu irmão era trabalhador, o filho de Valéria também era trabalhador e eu falei onde ele entrava era pela porta da frente. Meu irmão não é cachorro para ser enterrado no chão. Eu fiz eles comprarem uma caixa que é onde ele vai ser enterrado agora, portanto eu não assinei nada. Eles compraram uma caixa para o meu irmão. Fiz eles pagarem também a documentação que entrou para o nome da minha mãe", ressaltou Verônica que, junto com a mãe de Rodrigo, amigos e familiares, pediram justiça antes do sepultamento de Carlos Eduardo nessa sexta-feira.

A mãe de Rodrigo, Valéria da Silva Rodrigues, contou que ela também teve dificuldade para conseguir ajuda da Enel. “Não ajudou em nada. Inclusive, eu tenho minha neta, que é dependente do meu filho, que eu que crio. Meu filho sempre foi dependente de mim. Eu sempre criei ele e minha neta. Infelizmente não ajudaram em nada, mas realmente eu queria era meu filho comigo, porque não sobrou nem o corpo do meu filho. Meu filho foi enterrado com um pedaço de pano que sobrou só a barriga, mais nada”, contou.

Nilcéia Lima era conhecida da família e falou um pouco sobre Carlos Eduardo. “Ele era uma pessoa excelente, honesto, trabalhava embarcado, cozinheiro. Era de uma família muito boa e honesta. A mãe muito trabalhadeira e o pai também. Carlos Eduardo era amigo dos meus filhos. Só queremos justiça, que a Enel dê justiça para nós”, relata.

Wladimir Garotinho lamenta e cobra medidas
Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito Wladimir Garotinho lamentou o ocorrido. Ele disse que a prefeitura estará de portas abertas para atender os familiares da vítima. Wladimir ainda afirmou que acionou a Câmara de Vereadores para convocar as famílias para serem ouvidas na CPI da Enel que está em andamento na Casa.

“Pessoal, quero me solidarizar com as famílias que perderam seus entes queridos, vítimas de um incidente com um cabo de energia da Enel em Campos. Eu liguei para o presidente da Enel para falar sobre o assunto, lamentando o ocorrido. A Enel me disse que estaria prestando toda a assistência necessária às famílias. Porém, eu acabei de ver uma entrevista das famílias na rede social, no veículo de comunicação, que a Enel não está prestando nenhuma assistência às famílias. Eu queria pedir, por favor, que as famílias procurem a Prefeitura, possam ir ao meu gabinete, que iremos dar todo o suporte possível para ajudar essas famílias nesse momento de dor, de desespero. Já acionei a Câmara de Vereadores, tem uma CPI contra a Enel aberta para que as famílias também possam ser ouvidas e medidas duras possam ser tomadas por conta dessa falha absurda da Enel, que vitimou duas pessoas na cidade de Campos. Então, por favor, a família procure o meu gabinete, procure a Prefeitura que nós vamos dar todo o suporte possível e necessário para todos vocês. Que Deus abençoe e conforte o coração de cada um”, disse o prefeito.

Em nota, a Enel informou que ofereceu assistência às famílias das duas vítimas do acidente, incluindo o auxílio funeral. Questionada sobre a má conservação dos fios, a distribuidora ressaltou que realiza manutenção periódica em sua rede e que segue apurando as circunstâncias do acidente.