Imóveis abandonados ainda geram preocupação em Campos
Júlia Alves 14/06/2025 10:48 - Atualizado em 14/06/2025 10:47
  • Imóveis abandonados em Campos

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Os imóveis abandonados em Campos seguem sendo uma das principais reclamações por parte da população, especialmente na área central da cidade. Além do aspecto de abandono, essas situações oferecem riscos à saúde pública e à segurança. Em muitos casos, esses espaços são tomados por mato alto e acúmulo de entulho, que pode gerar proliferação de doenças e presença de animais peçonhentos.
A vegetação alta atrai animais como mosquitos, baratas, aranhas, ratos, escorpiões, cobras e outros, que podem transmitir doenças como dengue, zika, chikungunya, leptospirose, entre outras. Muitos desses imóveis acabam sendo ocupados por pessoas em situação de rua, o que acende um alerta social e de segurança, de acordo com moradores e comerciantes.
Os dados divulgados pela Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública apontam um aumento no caso. Somente neste ano, até junho, 1579 imóveis já foram notificados. Enquanto que no ano passado 1035 foram identificados em estado de abandono. O órgão explicou ainda que o morador pode ser multado e o valor pode variar de 25% do salário mínimo até 10 salários mínimos.
O técnico industrial Álvaro Marinho, de 42 anos, ressaltou que, mesmo com a presença dos equipamentos de recebimento de entulhos em diversos pontos da cidade, as pessoas preferem jogar o lixo nos terrenos.
“Eu vejo imóveis abandonados em muitos pontos da cidade. É perigoso para mulheres e crianças passar por perto desses locais. Há pessoas em situação de rua que usam esses lugares para dormir ou acampar, o que torna mais arriscado. Outra situação que me incomoda é que, mesmo com os entulhódromos disponíveis na cidade, as pessoas insistem em jogar lixo e entulho nos terrenos abandonados. Lá do lado de casa mesmo, o vizinho teve que pedir para limpar o próprio terreno porque as pessoas começaram a jogar coisas lá”, relata.
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A insegurança também é um ponto analisado e questionado por quem passa diariamente por imóveis e terrenos abandonados. A Jéssica Machado, de 31 anos, relata o medo de transitar por essas áreas, especialmente à noite.
“Eu comentei sobre isso esses dias, que tem um imóvel na Avenida Sete de Setembro, aqui no Centro, está quase caindo e isso é um perigo, por que pode até cair na cabeça das pessoas. Não me sinto segura em passar perto de terrenos abandonados. É perigoso, alguém pode se esconder para fazer até uma maldade com a outra pessoa, tentar assalto ou até mesmo estupro”, observou.
Jéssica reforça sobre a questão do lixo nos terrenos. “É complicado. Eu acho muito errado até porque chama rato e mosquito. A gente que tem criança fica preocupada com a reprodução de doença”, comenta.
Ainda na área central, é possível observar diversos imóveis abandonados, muitos deles em ruas movimentadas. O cenário de descaso afasta moradores e consumidores da região, afetando diretamente o comércio local. A sensação de insegurança provocada por imóveis vazios, mal iluminados e tomados pelo mato gera receio tanto em quem circula a pé quanto entre lojistas e funcionários. Por isso, a Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), destaca como uma das maiores dificuldades do empresariado campista, a transformação da área central em um espaço atrativo.
De acordo com o vice-presidente da Acic, Fernando Loureiro, uma sugestão seria o desenvolvimento de uma política de construção de moradias mais acessível com menor tamanho e sem garagem o que reduziria os custos e poderia atrair mais moradias. “Com mais residências na área central, haveria uma grande demanda para ser instalado mais serviços como lanchonetes, padarias, mercearias, povoando e valorizando esta área", comenta Loureiro.
Ele comentou ainda que as entidades de classes do município entregaram no primeiro governo do prefeito Wladimir Garotinho, um documento com 17 itens de sugestões de melhorias para o centro antigo, a fim de encontrar uma solução. Porém, segundo Loureiro, não houve avanços efetivos.
Em contato com Prefeitura, a Folha foi informada que, em relação as pessoas em situação de rua, que acabam ocupando esses locais, as equipes do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) e o equipamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social, realizam frequentemente abordagens com a população em situação de rua em diversos pontos da cidade.
A Prefeitura afirma que, ao encontrar pessoas ou famílias nessa situação, são oferecidas vagas nos acolhimentos municipais, retirada de documentos, serviços de saúde, entre outros. Porém, a decisão de aceitar ou não os serviços, inclusive a ida para o abrigo, é do indivíduo.

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