O velório do advogado campista Geraldo Machado está acontecendo na manhã desta quinta-feira (16), no Cemitério Campo da Paz, em Campos. Sob forte comoção, amigos e familiares estão presentes para relembrar trajetória e se despedirem. Geraldo faleceu nessa quarta-feira (15), aos 87 anos, no Hospital Doutor Beda, onde lutava contra um câncer.

Ele exerceu a advocacia por 64 anos, foi presidente da OAB Campos, defensor público nas comarcas de Campos e São João da Barra, presidente da Cooperleite e produtor rural. Além de sua atuação profissional, Geraldo foi articulista do jornal Folha da Manhã durante vários anos e membro da Academia Campista de Letras (ACL). Em nota, a OAB Campos destacou o legado deixado por Geraldo, afirmando: "Sua memória permanecerá viva na história da advocacia".

Geraldo também era amigo de adolescência de Aluysio Cardoso Barbosa, fundador da Folha da Manhã. Os dois compartilhavam a mesma paixão pelo clube Rio Branco.

A viúva de Geraldo, Marina Torres Lima, escreveu: "Em todas as lágrimas há uma esperança. Esperança de ter você presente dentro de mim em cada lembrança. Obrigada por ter me ensinado tanto e por ter vivido cada momento com tanta intensidade. Te amo para sempre!!!".

Mário Terra Areas Filho esteve presente para um último adeus durante o velório e falou sobre Geraldo, de quem ele e sua família eram amigos. Mário estudou com a filha de Geraldo e se formou também em Direito, além de participar de diversas campanhas junto com o advogado campista.

“Depois que me formei advogado, a gente sempre participava de campanha política, campanha de OAB, a campanha lá em Atafona do SOS. Inclusive nós atuamos junto com ele num processo das primeiras reivindicações desse movimento SOS Atafona. No último dia 10 eu fiz aniversário e mandei um convite para ele, e ele mandou uma mensagem que estava saindo da U.T.I., estava esperando a filha dele pegar ele lá no hospital e que ele iria esperar melhorar um pouquinho para a ir em Atafona no próximo verão. Infelizmente, ele veio a falecer praticamente uma semana depois”, relembra Mário.

Ele falou ainda sobre a vida profissional de Geraldo, além de reforçar os posicionamentos fortes do advogado.

“Ele era um advogado destacado, foi defensor público e ele tinha uma grande virtude, ele tinha uma formação, uma opinião própria. Isso causava muita polêmica às vezes com juízes que vinham de fora pra Campos. Porque ele era muito, sim, bairrista, era muito nacionalista. Então, às vezes, os posicionamentos dele eram muito firmes, fortes. Ele vai deixar sua marca”, disse.

A presidente da Associação SOS Atafona, Sônia Ferreira, mais conhecida como Soninha, também esteve presente no velório do amigo de anos. Ela relembrou que Geraldo foi um dos criadores da Associação e que sempre foi um lutador das causas de SJB, além de lamentar a perda.

“É uma perda muito grande. Para a comunidade de uma maneira geral, não só para Atafona, mas como para Campos. Um grande advogado, trabalhou bastante tempo junto com meu pai, nas empresas do meu pai. Então, assim, a gente tem um contato de muitos anos, de muito tempo mesmo, e a gente fica muito sentida com essa perda. Por outro lado, a gente entende que ele descansou, porque ele estava sofrendo muito. É uma pessoa que vai fazer muita falta, um lutador, um trabalhador, um advogado brilhante”, lamentou Soninha, que também ressaltou uma homenagem ainda em vida feita para Geraldo pela Associação, o que gerou uma grande emoção no advogado.

Aluysio Abreu Barbosa, jornalista e diretor da Folha da Manhã, lamentou o falecimento do advogado e recordou a amizade de Geraldo com seu pai, Aluysio Cardoso. "Soube agora que acabara de falecer um grande advogado e flamenguista, Geraldo Machado, ex-presidente da OAB e da Cooperleite em Campos, que advogou para a Folha. E, se não fosse mais nada, era amigo liceísta de adolescência do jornalista Aluysio Barbosa. O gol de Pedro, quase no mesmo momento, foi uma homenagem merecida, ganhe, empate ou perca o Flamengo. Vá em paz, amigo Geraldão", escreveu o jornalista.

A 12ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, na qual Geraldo atuou como presidente, emitiu uma nota destacando: "Sua dedicação exemplar ao Direito e suas contribuições significativas para a advocacia deixaram um legado duradouro. Sua trajetória brilhante será lembrada com respeito e admiração. Nossas sinceras condolências à família e amigos. Sua memória permanecerá viva na história da advocacia".

Também em nota, a Academia Campista de Letras prestou solidariedade aos familiares e amigos nesse momento de dor. "Geraldo exerceu a advocacia durante 64 anos ininterruptos, além de ter exercido o ofício de defesor público, do qual se aposentou na década de 1990. Seus artigos e crônicas, publicados na Folha da Manhã e nas redes sociais, sempre foram marcados por sua forma crítica de ver o mundo. Ocupou a cadeira n. 05 da ACL, cujo patrono é Balthazar Carneiro.