Cerca de 71.730 novos casos de câncer de próstata podem surgir durante o triênio 2023-2025, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA). No Brasil, esse é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com o Ministério da Saúde, no ano de 2023, foram registradas 17 mil mortes, ou seja, uma média de 47 por dia. Em Campos, segundo a Secretaria de Saúde, o total de internações de pacientes com câncer de próstata, na rede pública e contratualizada, até setembro de 2025, corresponde à 69% das internações registradas em 2024. Já em relação aos óbitos pela doença, até novembro deste ano foram registradas 16 mortes de homens entre 55 e 74 anos; e 27 de homens acima dos 75 anos.

O mês de novembro é voltado para a campanha da saúde do homem, simbolizada pela cor azul. Nesse período, são realizadas diversas campanhas para orientar sobre os cuidados. Com o diagnóstico precoce as chances de cura aumentam.

Diferente de outros tipos de doença, o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas no início, mas é importante ficar atento. É o que explica o médico urologista, Bernardo Puglia:

“Ele é totalmente assintomático na fase inicial, que é o momento de interesse. A partir do momento que a doença vai avançando, começa a dar alguns sintomas e são praticamente muito direcionados ao aparelho urinário. Os pacientes podem apresentar alterações no jato urinário, alterações de esvaziamento vesical, obstrução urinária e, às vezes, sangramento no sêmen”, comentou.

Antes, o objetivo do Novembro Azul era tratar as questões do câncer de próstata. Atualmente, a campanha ampliou os cuidados para tudo que envolve a saúde do homem.

“Essa campanha no começo era muito ligada à questão da saúde prostática. Hoje em dia, a gente fala bastante sobre o conceito de saúde masculina mais amplo, falando de várias doenças que tem um impacto negativo na saúde do homem, como os cuidados com a saúde mental, saúde cardiovascular, mas, de maneira geral, é um momento importante para a gente falar sobre cuidados relacionados à saúde da próstata, que é o órgão mais acometido por câncer em homens quando se exclui os cânceres de pele”, explicou o urologista.

O médico esclarece ainda que os homens devem começar a fazer o rastreio da doença a partir dos 45 anos de idade.

“O exame de rastreio acontece a partir dos 45 anos, quando o homem faz parte de um grupo de risco que são pacientes que tem história familiar de câncer de próstata no parente primeiro grau. Pacientes obesos e pacientes negros precisam fazer esse rastreio a partir dos 45 anos, restante da população a partir dos 50... Quanto antes identificar, maiores são as chances de cura, podendo chegar a mais de 95%”, explicou.

O urologista destaca que é necessário que os homens deixem o preconceito de lado e procurem o médico para se cuidar e realizar o exame.

“O homem ainda tem o papel do provedor e sempre deixa a saúde dele para o último momento. Acho que agora é um momento importante para falarmos de saúde mental dos homens, saúde cardiovascular, realização de exercício físico e cuidados relacionados à dieta. Eles precisam deixar o preconceito de lado, tirar o protagonismo do exame de toque e procurar o médico para que se cuidar e ter um ponto seguro”, comentou.

É importante que os homens superem o estigma em torno da saúde masculina e procurem ajuda médica sem vergonha ou medo. Cuidar da saúde é o mais importante.