Gabriel Torres
16/04/2025 14:19 - Atualizado em 16/04/2025 19:51
Vereador Bruno Pezão
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Reprodução de vídeo
Na manhã desta quarta-feira (16), o vereador Bruno Pezão (PP) teve seu telefone apreendido pela Polícia Civil. Apesar de não ser o alvo do mandado de busca e apreensão, o parlamentar estava no endereço onde a Polícia buscava um dos investigados. A ação visou uma quadrilha que supostamente aplicava golpes de estelionato em uma lotérica de Campos. Em nota, a defesa do vereador destacou que o parlamentar não é investigado nem foi alvo de qualquer mandado de busca e apreensão.
Segundo a delegada Carla Tavares, três pessoas foram alvos da ação, sendo uma delas o motorista de Bruno Pezão. Foram cumpridos mandados nos bairros Parque Tamandaré, Jockey e Centro. O caso está sendo investigado pela 134ª Delegacia de Polícia.
Durante a sessão da Câmara desta quarta-feira (16), o vereador afirmou que o investigado pela Polícia Civil não estava na residência, que seria de sua mãe. "Foram a procura de uma pessoa no meu apartamento, acabou que foi no endereço errado. Não sei se essa pessoa deu o endereço errado e acabou batendo na minha porta. O apartamento que eu estou, da minha mãe, da minha família, não é o apartamento da pessoa que eles foram procurar", falou.
A defesa de Bruno Pezão também afirmou que:
"O vereador se encontrava no imóvel de propriedade de sua mãe, quando agentes da Polícia Civil cumpriram mandado de busca dirigido a terceiro, indevidamente vinculado ao referido endereço. No momento da diligência, foi apreendido o aparelho celular de uso pessoal e exclusivo do vereador, sem que houvesse qualquer relação com os fatos investigados. A defesa já protocolou o pedido de restituição do aparelho, tendo em vista a ausência de qualquer vínculo entre o parlamentar e os alvos da investigação, bem como a ilegalidade da apreensão, que violou garantias fundamentais do parlamentar. O vereador segue colaborando com as autoridades, com a consciência tranquila e de cabeça erguida, reafirmando seu compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições democráticas", disse a defesa de Bruno Pezão.
Há pouco menos de um mês das eleições, em 18 de setembro de 2024, Bruno Pezão foi preso em flagrante por suspeita de lavagem de dinheiro, em decorrência da operação "Pleito Mortal". Em endereços ligados a ele na Pelinca e em São Sebastião, foram apreendidos mais de R$ 1 milhão, sendo mais de R$ 600 mil em dinheiro.
Bruno Pezão chegou a ter a prisão preventiva decretada e ser considerado foragido em 20 de dezembro, em decorrência da mesma operação. Porém, no dia 31, o pedido de prisão foi revogado pelo plantão judiciário e, reeleito, ele conseguiu tomar posse para seu segundo mandato de vereador em 1º de janeiro deste ano.
Em outubro de 2024, o Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra Bruno Pezão e membros de sua equipe, por abuso de poder político e econômico. O MPE busca a cassação do registro de candidatura e a declaração de inelegibilidade do vereador por um período de oito anos, assim como a invalidação de todos os votos obtidos por ele no último pleito, e a exclusão desses votos da coligação ou partido.
A ação visa apurar irregularidades cometidas durante a campanha eleitoral, inclusive a participação de uma organização criminosa em sua campanha, liderada por José Ricardo Rangel de Oliveira, vulgo "Ricardinho", narcotraficante que atua na localidade de Campo Novo e adjacências.
De acordo com os fatos apurados e detalhados em inquérito policial, o candidato estaria se utilizando de recursos financeiros não declarados, além do emprego de coação e intimidação de eleitores, armas de fogo e intimidações de criminosos, orquestradas por uma organização criminosa envolvida em torturas, mortes e tráfico de drogas, entre outros, com forte influência na região de Campo Novo.
Na ocasião, Bruno Pezão negou as acusações e se disse vítima de perseguição política.