Parte dos fundos de casa desaba em Guarus na manhã desta segunda-feira
Stefala comentou ainda sobre o que será feito agora, segundo orientações da Defesa Civil, que esteve atuando e apurando a situação no local.
A parte dos fundos de uma casa de três andares desabou na altura do Parque Vicente Dias, em Guarus, subdistrito de Campos, por volta das 6h da manhã desta segunda-feira (4). Não há registro de feridos. Segundo os moradores, a família estava na parte da frente da casa no momento do desabamento, totalizando oito pessoas, incluindo duas crianças de 11 e 9 anos. A Defesa Civil informou, através de nota, que esteve no local com uma equipe técnica para apurar o que teria levado ao desabamento. Foram atendidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, ao todo, 19 pessoas, moradoras de quatro casas e um ponto comercial.
O imóvel é composto por um ponto comercial no térreo e duas residências de uma mesma família, instaladas no segundo e terceiro andar. As partes que desabaram foram as varandas das residências e os fundos de uma escola municipal que está desativada há mais de 20 anos na Rua Hemérito Martins. Foi registrado também o desabamento de parte de uma escada da casa ao lado, onde mora uma mulher e o filho. Essa casa também está interditada.
Veja o momento do desabamento flagrado pela câmera de segurança da residência em frente.
O morador da residência do segundo andar, Igor Santiago, contou que passou o domingo todo fazendo churrasco na varanda da casa com familiares e amigos. Ele revelou o susto com o barulho provocado pelo desabamento nesta manhã, no momento em que ele, a esposa e os filhos estavam dormindo.
"O meu pai tinha saído para comprar o pão hoje pela manhã e a gente estava dormindo, moramos na parte do meio. Aí na parte que caiu, graças a Deus não tinha ninguém na hora. Graças a Deus não atingiu ninguém e por sorte não aconteceu no dia de ontem. Ali funcionava um colégio há mais de 20 anos vinte anos", aliviado, explicou Igor.
O subsecretário da Defesa Civil, Major Edison Pessanha, falou com a Folha sobre a situação e informou sobre os próximos passos, além de ressaltar que a residência teve que ser totalmente interditada.
"Foi hoje pela manhã o desabamento. De imediato a Defesa Civil veio com o engenheiro, fizemos a avaliação e o prédio tem risco iminente de outro desabamento. Então, ele está totalmente isolado, interditado e nós vamos encaminhar a família para a Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social para a providência e benefício que se fizer necessário", explicou.
A mãe de Igor, Stefala da Silva Batista, mora na casa que fica no terceiro andar com o marido e a mãe dela. Stefala falou sobre o momento difícil que foi perceber o desabamento e o que ela estava fazendo na hora.
"Foi um momento difícil. Eu estava fazendo meu almoço, o almoço do meu esposo, pra gente sair pra trabalhar. Foi onde eu ouvi um barulho muito grande. Eu achei que era alguma coisa em relação a caminhão, alguma coisa assim aqui atrás. Quando eu olhei na minha cozinha que eu me deparei com a minha mesa, minhas cadeiras, tudo descendo, ladeira abaixo, foi meio desesperador, e é onde eu comecei a pedir misericórdia ao Senhor, e onde eu não sabia se eu entrava ou se eu saía, porque ali tem a minha família. Eu saí correndo pelo corredor e encontrei com toda a minha família de pé, e a gente saiu", contou.
"A Defesa Civil veio até a minha casa e constatou que a casa toda está condenada. Inclusive eu pedi um senhor agora para pegar a minha documentação e ele falou que a gente vai até pegar, mas precisa ter o suporte da defesa, precisa vir um guindaste para colocar por baixo da casa para que a gente entre e tira nossas coisas de dentro da casa", explica a moradora.
Confira o relato completo da moradora e também do subsecretário da Defesa Civil:
A moradora da residência ao lado, que teve parte da escada tombada, Maria Aparecida Ribeiro, relatou o momento passado. Ela mora com o filho que, no momento, não estava em casa.
“Eu estava dormindo no momento em que caiu, foi pavoroso. Ouvi um barulho estrondoso e quando fui ver estava tudo no chão. A frente da minha casa é desse lado aqui e encostado da onde caiu. Eu também não posso entrar em casa e tenho que esperar agora o órgão competente fazer o que tem que fazer. Minha casa está interditada,” contou.
Maria relatou ainda o livramento que viveu. "Eu sempre acordo às 6h e sento na escada um pouco. Hoje, por algum motivo, eu dormi até mais tarde e, graças a Deus, eu não estava na escada', comentou.
Já a gerente geral do Centros de Referência da Assistência Social (Cras), Verônica de Oliveira Rocha, explicou o procedimento aplicado para amparar as vítimas do desabamento que agora, se encontram desalojadas.
“A primeira coisa que a gente faz é atender as famílias e pedir para ficarem em um lugar seguro. A Defesa Civil vem para condenar o prédio, enquanto a Secretaria de Assistência Social e Cidadania vem para ver se eles ficam em casa de parentes, porque agora eles ficaram desalojados e não podem ficar na casa. Haverá uma avaliação dos perfis para ver se podem ou não serem inseridos no aluguel social. Alguns têm perfil porque são casa própria, outros estão no aluguel. Vamos fazer a articulação e atendemos no ato da emergência com cesta básica e água, porque eles vão ficar alojados na casa de parentes”, pontua.
Ela acrescenta ainda que será realizado o cadastro das famílias e, em seguida, será verificado se eles possuem benefício e o perfil para o Cras ou para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), ressaltando que eles serão acompanhados pela assistente social durante todo esse processo.
Em relação ao ponto comercial que fica na parte do térreo, Verônica informa que o inquilino precisará alugar outro ponto e será assistido pelo Creas.
“Aqui, ele vai alugar um outro ponto e será acompanhado pelo Creas. O nosso papel é fazer a articulação com a rede, ver onde as famílias podem estar, em um lugar seguro principalmente, porque graças a Deus não houve nenhum ferido. Então a proteção social está aqui para defender os direitos e estar ao lado da família”, complementou Verônica.
Outros moradores da rua Hemérito Martins relataram que já reclamaram outras vezes da estrutura do prédio da escola desativada, mas que nada havia sido feito até o momento. A preocupação em relação à rachaduras expostas no imóvel é antiga. A Defesa Civil permanece no local acompanhando a avaliação dos imóveis.
Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SMASC) informou que acompanhou o trabalho da Defesa Civil nesta manhã e prestou atendimentos às famílias afetadas pelo desabamento do prédio.
"Foram atendidas ao todo 19 pessoas, moradoras de 4 casas e 1 ponto comercial. Os assistidos receberam cestas básicas, água potável e foram encaminhados para atendimentos complementares e acompanhamento no CRAS Jardim Carioca e CREAS I, onde uma das famílias já é atendida. As equipes técnicas da SMASC também farão o acompanhamento das famílias, que no momento estão abrigadas em casas de parentes, para o acesso ao benefício eventual de Aluguel Social," finalizou.
A Folha entrou em contato novamente com a Defesa Civil para saber dessas reclamações antigas e aguarda um retorno.