Permissionários das vans anunciam redução da frota em 70% nesta quinta em Campos
Júlia Alves 20/08/2025 12:26 - Atualizado em 20/08/2025 12:26
Vans circulam na área central (Fotos: Rodrigo Silveira)
Vans circulam na área central (Fotos: Rodrigo Silveira)
Os permissionários do Sistema de Transporte Alternativo de Campos anunciaram nesta semana que a frota das vans será reduzida em 70% devido à falta de repasse do Programa de Subsídio Emergencial de Óleo Diesel (PSED), o que tem causado inúmeras dificuldades para eles e comprometendo a continuidade da operação do sistema de transporte. O anúncio foi compartilhado nas redes sociais em forma de carta aberta à população, onde explicam a situação. Um ofício foi enviado para a prefeitura na segunda-feira (18) para resolução da situação e o prazo termina nesta quarta-feira (20). A prefeitura, através de nota emitida também nesta quarta, informou que pagamento está sendo regularizado. 
O líder dos permissionários das vans, Jefferson Oliveira, contou que foi realizada uma reunião com membros do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), nessa terça-feira (19), onde o presidente do órgão teria dito, a pedido do prefeito do município, para que eles aguardassem até o final do mês.
“Esse subsídio está travado desde a última semana. Em reunião ontem, no IMTT, o presidente repassou a informação que o prefeito pediu para que seja aguardado até o final do mês o recurso para que seja feito o pagamento e volte a atender com o subsídio do óleo, porém as empresas hoje não têm condições de atender as linhas sem esse subsídio. Então essa redução vai ser devido a isso, mas se normalizar hoje ou amanhã, ou o dia que normalizar a entrega do subsídio, vai voltar a ser atendido de pronto”, explica Jefferson.
A interlocutora do Setor A, representante do setor da Baixada Campista, Rosana Moreira, comentou que foi enviado um ofício para a prefeitura na segunda-feira (18), antes da reunião com o IMTT, e o prazo para a regularização da situação termina na tarde desta quarta-feira. No entanto, os permissionários aguardam um retorno até o final do dia. Caso não ocorra o pagamento junto a empresa para que os veículos voltem a abastecer, ocorrerá então a redução da frota na quinta-feira, operando com apenas 30% dos veículos.
"Hoje as empresas de ônibus e os permissionários de vans recebem o subsídio do óleo diesel, que é uma quantidade de litro semanal, para que possa atender a cada linha. Então, cada linha tem uma quantidade, cada um recebe mediante aquela linha que ele faz o atendimento", eslcarece Jefferson sobre o subsídio.
Jhordan Luiz Silva é proprietário de uma van que faz a linha Campos via Farol de São Thomé. Ele explica que a situação já está assim há algum tempo e conta de que forma isso impacta os trabalhadores, ressaltando ainda a questão do valor da passagem que, segundo ele, está ultrapassada.
“De dois meses para cá, isso tem sido frequente, faltando direto. Isso causa impacto porque a maioria das pessoas tem prestações, precisam manter os carros, manter as famílias e não tem como, porque o gasto de combustível nosso é muito grande. E hoje o subsídio do óleo é para ajudar a questão dos passes que a gente leva porque a cada carro de 15 lugares, a gente leva três passes. A cada carro de 21 lugares, a gente leva quatro passes. Então, essa questão já interfere muito porque a gente leva a questão do passe, tem a questão do subsídio do óleo para ajudar, mas só que sem o subsídio do óleo não tem como tocar. A gente já tem a questão do passe, que a gente leva e já diminui a quantidade de passageiros no final do dia. A passagem já está defasada há muito tempo, que já era para ser maior e não subiu, então com a passagem defasada e sem o combustível, hoje não tem como tocar”, relata Jhordan.
A carta publicada pelos permissionários esclarece mais detalhes sobre o auxílio do repasse:
“Sem o devido repasse do subsídio, torna-se impossível arcar com os custos básicos para manter os veículos em circulação, como combustível, manutenção e demais despesas operacionais. A falta de apoio efetivo gera um verdadeiro colapso financeiro, inviabilizando a prestação do serviço na sua totalidade”, esclarece.
Em outro trecho, a carta fala sobre ter consciência do impacto parta a população:
“Temos plena consciência do impacto dessa medida para a população que depende diariamente das vans para se locomover, seja para o trabalho, para a escola, para consultas médicas ou demais atividades essenciais. Entretanto, ressaltamos que esta decisão não decorre de vontade da categoria, mas sim da ausência do repasse legalmente garantido, que inviabiliza a continuidade plena da operação”, diz a carta.
A Folha entrou em contato com a prefeitura, que informou, em nota, que o pagamento do subsídio do óleo diesel está sendo regularizado e que os trabalhadores que atuam no transporte público municipal estão sendo informados sobre a regularização pelo presidente do IMTT, Álvaro Oliveira.
Confira a carta na íntegra:
Divulgação

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