Pedro Henrique Figueiredo
29/08/2025 13:10 - Atualizado em 29/08/2025 13:09
Hulton-Deutsch Collection/CORBIS
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Pio XII
Pio XII (em latim Pius PP XII), nascido Eugenio Maria Giuseppe Gioavanni Pacelli, foi Papa da Igreja Católica de 2 de março de 1939 até 1958, ano da sua morte. Conhecido, dentre outras coisas, por ter exercido seu ministério durante o tempo da Segunda Grande Guerra. Foi o único Papa do século XX a proclamar um dogma usando a infalibilidade papal.
O Papa Pacelli ou Pio XII foi núncio na Alemanha, ou seja, tinha contatos e um conhecimento da realidade que estava se instaurando no norte da Europa. Era um diplomata de carreira. Ele temia pelos católicos da Alemanha, preferiu, portanto, agir em silêncio por meio de uma rede de apoio aos judeus na Europa, que incluía:
- Refúgio em propriedades da Igreja: Pio XII abriu mosteiros, conventos e outras propriedades da Igreja para servir de abrigo a judeus perseguidos. É estimado que várias centenas de judeus tenham sido escondidos no Vaticano e em outras propriedades eclesiásticas.
- Intervenções diplomáticas: Ele fez uso da diplomacia para tentar influenciar líderes para proteger judeus. Há registros de apelos a governos para interromper as deportações e perseguições.
- Ações através de outros canais: O Papa coordenou, muitas vezes de forma discreta, esforços para facilitar a emissão de documentos falsos e vistos que permitissem a judeus escapar de áreas controladas pelos nazistas.
- Pronunciamentos públicos: Embora criticado por não ter feito declarações mais fortes, Pio XII mencionou a perseguição de "centenas de milhares de pessoas, que, sem nenhuma culpa da sua parte, às vezes apenas pela sua nacionalidade ou etnia, foram destinadas à morte ou à extinção progressiva" em sua mensagem de Natal de 1942, em um esforço velado para se pronunciar contra o Holocausto.
Emanuel Meireles, de 14 anos, do estado de Minas Gerais comenta sobre o seu gosto ao Papa Pio XII:
"Por tudo que ele fez pela Santa Mãe Igreja. Também pela defesa da Igreja na 2ª Guerra Mundial ajudando muitos a não perderem suas vidas”.
O Papa de Hitler
A fama de ser “o Papa de Hitler” se deve a propaganda anticlerical da década de 60, quando o falecido escritor alemão Rolf Hochhuth publicou a obra “O Vigário”
Maycon Sanches, de 41 anos, professor especialista em História da Igreja, conta um pouco sobre o papel de Pio XII durante o governo de Hitler.
“Rolf questionava o silêncio papal durante a guerra. Contudo, vários líderes judeus como Golda Meir, que na época era chanceler de Israel e se tornaria premiê daquele país de 1969 a 1974, exaltavam a sua figura. O próprio rabino-chefe de Roma durante a guerra, Israel Anton Zoller, não só se converteu ao catolicismo em 1945, como foi batizado com o nome de Eugenio em homenagem ao papa”.
Uma das grandes estudiosas sobre a ação de Pio XII durante a Segunda Grande Guerra foi a freira Marghjerita Marchione que defendia a canonização de Pio XII como um Papa santo, que fez de tudo para salvar os judeus por meio da diplomacia silenciosas sem acender a ira pública de Hitler.
O dogma da Assunção ao Céu
Em 1º de novembro de 1950 proclamou solenemente o dogma da Assunção em corpo e alma da Mãe de Deus, uma verdade arraigada profundamente no sentimento dos cristãos, desde os primeiros séculos. Pouco depois de sua eleição proclamou São Francisco de Assis e Santa Catarina de Sena padroeiros da Itália.
O primeiro Papa a aparecer na televisão
Pio XII foi o primeiro Papa a aparecer em uma televisão, e definia o cinema, a rádio e a televisão “maravilhosas invenções técnicas”. Escreveu inúmeros encíclicas e cartas pastorais, sendo o pontífice mais citado nos documentos do Concílio Vaticano II, ficando atrás apenas das Sagradas Escrituras.
Sua morte
Pio XII morreu em 9 de outubro de 1958, depois de um pontificado longo, de quase duas décadas. Foi vítima de uma parada cardíaca e complicações de saúde que se agravaram rapidamente alguns dias anteriores ao seu falecimento. Seu corpo foi velado em Castel Gandolfo (residência papal de verão), antes de ser exposto ao público no Vaticano para as despedidas dos fiéis.