Saulo Pessanha
03/11/2022 07:29 - Atualizado em 03/11/2022 08:36
O saudoso comerciante Espiridão Fadul era um frequentador do Calçadão, do Café do Ceceu e do Café Orion, onde batia ponto algumas vezes ao dia, ora em um, ora em outro. Estava sempre cercado por amigos, ouvindo e contando causos e fatos divertidos.
Um desses relatos, que me foi feito por ele, envolve um sujeito que chega ao Café do Ceceu e pede um pastel. Quando o pastel está no finzinho, vira para a garçonete e diz:
— Este pastel está estragado. Quero que troque por uma empada.
A menina fica na dúvida e olha para Ceceu, que fala para ela:
— Dê-lhe uma empada.
O sujeito come a empada, limpa a boca com a manga da camisa e vai saindo. A garçonete o chama, quando já está ganhando a calçlada da rua.
— O senhor não vai pagar a empada?
— Pagar a empada? Eu não a troquei por um pastel?
— Mas o senhor não pagou o pastel!
— Mas se o pastel está estragado, como a senhora se atreve a me cobrar?
Encantado com a cara de pau do freguês, Ceceu vira para a funcionária e diz que está tudo bem. No embalo, chama o sujeito e fala:
— Escuta aqui. Toma um real e vai ao meu concorrente, o Jorge (do Café Orion), e faça a mesma coisa.
A proposta é recusada:
— Como senhor se atreve a menosprezar a minha capacidade? Se o Jorge me deu dois reais para fazer o que fiz aqui, o senhor só quer me dar um real?
OBS: Na foto, Espiridião Fadul na noite de autógrafos no foyer do Teatro Municipal Trianon, quando lancei, no ano de 2003, o livro "Anedotário Político - 400 causos de Campos e Adjacências - Volume II".