Nos últimos dias, o Rio de Janeiro tem sido palco de episódios de extrema violência, protagonizados por grupos criminosos que impõem o medo e desestabilizam a vida cotidiana.
Diante desse cenário, é inevitável perguntar: como manter a serenidade quando tudo ao redor parece ruir?
A resposta pode vir de uma filosofia antiga, mas surpreendentemente atual — o Estoicismo.
Os estoicos, entre eles Sêneca, Epiteto e Marco Aurélio, ensinaram que o verdadeiro poder não está em controlar o mundo exterior, mas em governar a si mesmo.
Como dizia Marco Aurélio em suas Meditações: “O sofrimento vem não das coisas em si, mas da opinião que formamos sobre elas”.
Essa visão não é uma apatia diante da realidade, mas um chamado à lucidez. O estoico não ignora a dor do mundo, mas se recusa a ser arrastado por ela. Mantém a calma, age com prudência e busca o bem onde é possível fazê-lo.
No contexto do Rio, essa sabedoria ganha uma urgência prática. Manter a ordem interior em meio ao descontrole externo é um ato de resistência moral.
O cidadão estoico sabe que não pode mudar, sozinho, a estrutura de violência que assola sua cidade. Mas pode mudar a forma como reage a ela: escolher a prudência em vez do pânico, a compaixão em vez do ódio, e a razão em vez da raiva.
O caos externo não abala quem tem ordem interna e essa ordem, hoje, é mais necessária do que nunca.
Que o Rio reencontre a paz, começando dentro de cada um de nós.