Proximidade do verão reacende alerta com casos de afogamento
Júlia Alves 06/12/2025 07:23 - Atualizado em 06/12/2025 07:23
Jovens se arriscam no Rio Paraíba do Sul, em Campos
Jovens se arriscam no Rio Paraíba do Sul, em Campos / Rodrigo Silveira
Com a proximidade do verão e o aumento do movimento de pessoas nas praias da região, os casos de afogamento voltam a preocupar. Esses incidentes reacendem o alerta para que os banhistas tenham atenção redobrada e sigam as orientações, principalmente com crianças e adolescentes, que são as principais vítimas desse tipo de acidente. Neste ano, o Corpo de Bombeiros realizou 1.140 resgates em Campos e São João da Barra, de janeiro à novembro, além de ter registrado 50 crianças perdidas. Um alerta de perigo também é feito para os que se aventuram no Rio Paraíba do Sul, na cidade, principalmente, em dias de temperatura elevada.
Durante o verão, é comum que moradores da Região Norte Fluminense busquem lazer em praias, lagoas e cachoeiras da região, como o Farol de São Tomé, em Campos; as praias de São João da Barra (SJB); e as de São Francisco de Itabapoana (SFI).
“Os principais riscos nas praias são ocasionados pelos afogamentos, que podem ocorrer devido à presença de correntes de retorno, que são as valas, pela profundidade e também pela zona de arrebentação, que acaba surpreendendo alguns banhistas. Tem as quedas de mirantes, pedras e costões, que pode acontecer de pessoas que não ficam atentas a algumas recomendações nessas áreas. É fundamental respeitar os avisos dos guarda-vidas e as cores das bandeiras; não misturar bebida alcoólica com banho de mar e não entrar no mar à noite. O banho noturno não é recomendado pelo corpo de bombeiros”, explica o major Fabio Contreiras.
Reprodução
De acordo com os dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), de 1º de janeiro até o dia 26 de novembro deste ano, foram registrados 392 resgates, três crianças perdidas e 14.245 mil prevenções no Farol. Em SJB, foram 725 resgates, 47 registros de crianças perdidas e 16.601 prevenções. Já a prefeitura de SFI informou que não tem os dados para disponibilizar. Mas, que durante o último verão, uma equipe de salva-vidas foi contratada para atuar no resgate nas praias do município. As equipes atuaram em todo litoral com intensificação nas praias de Manguinhos, Santa Clara, Guaxindiba e Lagoa Doce, as mais visitadas.
“As equipes de salva-vidas realizaram um monitoramento diário nas praias informando sobre as condições do mar e dando orientações aos visitantes e banhistas. Para o próximo verão, a atuação das equipes de salva-vidas e resgate nas praias ainda estão sendo definidas", infomou a prefeitura.
Além disso, em junho deste ano, o CBMERJ inaugurou um novo destacamento em SFI com o objetivo de melhorar o atendimento de emergências na região, em caso de incêndios, salvamentos e ações preventivas.
Os banhistas devem ter atenção à sinalização presente no local das praias. A bandeira verde indica área de baixo risco e indicada para banho. Já a bandeira amarela significa risco médio: há uma corrente de retorno, mas ainda é um local para se banhar com muita atenção. Enquanto a bandeira vermelha indica que não é para entrar no mar, pois há presença de valas e risco de morte.
CBMERJ
“O ideal é respeitar a cor da bandeira e só mergulhar em locais de bandeira verde e, em último caso, em locais de bandeira amarela. A bandeira roxa significa animais marinhos, ali nós podemos ter qualquer tipo de animal marinho, que possa causar algum tipo de risco ao ser humano. Encontrou bandeira roxa não entre no mar e converse com guarda-vidas”, esclareceu o major.
Com o registro de 50 crianças perdidas neste ano, a atenção tem que ser redobrada. Elas devem estar sob a supervisão de um adulto durante todo o tempo; não podem entrar no mar sozinhas; devem estar identificadas para evitar que se percam. Na água, a distância máxima deve ser de um braço e a maneira correta de segurá-las não é pela mão, mas sim pelo braço, próximo ao pulso para ter mais segurança e evitar que escorregue, como mostra na imagem abaixo.
Informações da Cartilha do CBMERJ
Informações da Cartilha do CBMERJ / CBMERJ
Na beira d'água, os pais precisa ficar por perto, pois as ondas podem surpreender e derrubar as crianças. Para as crianças menores é aconselhado piscina inflável embaixo do guarda-sol sempre com a supervisão dos pais.
Orientações para piscina, cachoeira e rio
Além das praias, as famílias buscam outras alternativas para aliviar o calor, como piscinas, cachoeiras e rios. O CBMERJ informou que, no Brasil, cerca de 70% dos óbitos por afogamento acontecem nos rios, lagos e represas. Nesses locais, as pessoas devem ter alerta máximo, principalmente com crianças, por isso, é importante seguir as recomendações: crianças devem ser supervisionadas por um adulto sempre que estiverem dentro ou próximas da piscina; a boia de tronco e braço é o equipamento mais seguro; crianças e adolescentes devem aprender a nadar com instrutores capacitados e as áreas das piscinas devem possuir cercas com no mínimo 1,5 m de altura, além de portões com travas de segurança.
Nos casos de rios e cachoeiras, os banhistas devem tomar cuidado com o limo nas pedras que podem fazer escorregar e cair na água; evitar atravessar à nado um rio com correnteza e não pular de cabeça, pois águas escuras escondem diversos perigos.
Em Campos, há como opção ainda a Lagoa de Cima, muito visitada no verão. No entanto, outras pessoas se arriscam no Rio Paraíba do Sul, onde houve registro de óbito neste ano. O adolescente de 15 anos, Carlos Rafael, estava com um grupo de amigos em uma área rasa e se afogou ao tentar passar para o outro lado do rio.
Jovens se arriscam ao pular no Rio Paraíba do Sul para tomar banho
Jovens se arriscam ao pular no Rio Paraíba do Sul para tomar banho / Rodrigo Silveira
Muitas vezes, esses locais podem parecer seguros, mas escondem perigos que não são visíveis como lama, lodo, raízes e galhos, que podem se prender no corpo e provocar afogamentos.
"A correnteza forte é outro risco do banho nos rios, especialmente nos dias de chuva. A elevação do nível da agua pode acabar arrastando quem está se banhando ou quem está próximo às margens. Outro perigo muito comum é o remanso, que é um local próximo às margens onde há uma falsa sensação de tranquilidade da agua, porém logo embaixo da superfície existe uma forte correnteza e a profundidade aumenta muito rapidamente", esclareceu o major.
 
Os dados do CBMERJ apontam ainda que, ao todo, foram realizados 23 resgates em ambos locais. Foi realizado ainda um total de 1.646 prevenções e não houve registro de crianças perdidas. A corporação informa que, em caso de acidente, a população deve acionar o 193.
"Se possível, lance algum material flutuante para a vítima e aguarde a chegada do socorro. Não se arrisque tentando efetuar o salvamento por conta própria", informou o major.

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