A Câmara Municipal apreciará hoje as contas do ex-prefeito Rafael Diniz, referentes ao exercício de 2020. A previsão é que vão ser aprovadas, mesmo com parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A projeção passa pelo fato de que o Legislativo aprovou as contas de 2016 da ex-prefeita Rosinha Garotinho. Elas também chegaram com parecer contrário do TCE.

Sob o aspecto político, o que difere, entre aprovar as contas de Rosinha, e também as de Rafael, é que o ex-prefeito, ao contrário da ex-prefeita, não descarta a colocação do seu nome novamente nas urnas.

Rosinha, mesmo ganhando condições legais para ser candidata, não cogita nova empreitada a cargo eletivo algum. Vale lembrar que, em 2008, quando se elegeu prefeita, ela não queria concorrer. 

Rafael Diniz, por sua vez, descarta uma aposentadoria política. Pode, quem sabe, colocar o nome em 2024 na eleição municipal.

Ou na de 2026, quando buscaria um mandato na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados.

A vice-presidente do Parlamento húngaro, Márta Mátrai, esteve na Assemblia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta quarta-feira (22/03), para um encontro com o presidente da Casa, deputado Rodrigo Bacellar (PL).

Além da troca de experiência entre as duas casas legislativas, a comitiva visitou as instalações do Parlamento Fluminense e foi ao Palácio Tiradentes, antiga sede da Assembleia. Durante a reunião, Márta falou dos avanços do país nos últimos anos, com políticas de proteção à criança e ações que geraram a queda do desemprego, e ela convidou os deputados a visitarem o Parlamento da Hungria.

“É sempre muito interessante a troca de cultura e de experiência. A Marta é jurista, assim como eu, e uma pessoa formidável. Acho que o ponto mais importante dessa reunião foi analisar as mudanças legislativas que eles sofreram a partir de 2003, em especial em 2010, quando mudaram totalmente a Constituição do país e nos mostraram em números os avanços que eles alcançaram”, disse Bacellar.

Agradecido pelo convite, Bacellar revelou que montou um grupo de trabalho para analisar as ações apresentadas e vai discutir a possibilidade de visitar o país. “Vamos carinhosamente analisar o que foi implementado lá e avaliar o que conseguimos aproveitar aqui, levando em consideração, é claro, a nossa realidade".

Bacellar falou também de possivelmente ser feita uma agenda conjunta entre o Poder Executivo e uma parte do Parlamento "para irmos à Hungria ver de perto o que eles nos apresentaram”.

 

Em entrevista ao programa “Jogo do Poder”, exibida na noite de ontem, pela CNT, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Rodrigo Bacellar, fez questão de assinalar a absoluta pacificação da Casa após as inevitáveis turbulências do processo eleitoral interno.

Em 50 minutos de conversa com o jornalista Ricardo Bruno, Bacellar afirmou que as divergências ficaram para trás e que, hoje, com maturidade e diálogo, conseguiu unificar todos os grupos em torno da nova direção do Parlamento.

Como exemplo da superação, citou a ótima relação firmada com os deputados Jair Bittencourt e Márcio Canella, dois de seus principais opositores no processo interno de disputa à presidência da Casa, em que se sagrou vencedor.

Ex-secretário de Governo da gestão Cláudio Castro, o presidente da Alerj fez elogios ao governador, mas advertiu que se enganam os que acham que a Alerj hoje é uma extensão do Palácio Guanabara.

Acrescentou já ter avisado a Castro que, a despeito do bom relacionamento, estará sempre ao lado dos parlamentares se houver conflito entre integrantes da Casa e o Palácio Guanabara.

— Aqui não tem essa história de puxadinho. Sou presidente do poder Legislativo. Tenho um lado, embora queira bem ao governador, de quem me tornei um amigo. No que puder, vamos trabalhar em harmonia em favor da população fluminense. Mas sempre preservando a independência entre os poderes — afirmou.

Na entrevista, Bacellar revelou ter trabalhado em favor da aprovação das contas da ex-prefeita Rosinha Garotinho, pela Câmara de Campos, presidida por seu irmão Marquinho Bacellar.

Confirmou o entendimento com o prefeito Wladimir Garotinho, encerrando a rixa política histórica entre as famílias Bacellar e Garotinho na cidade.

— Isto, neste momento, é o que a população de Campos espera da gente. União e responsabilidade para juntos, Governo, Alerj e Prefeitura, ajudarmos a cidade e seus moradores. Além disto, sou contra reprovação de contas como instrumento de retaliação política.

Indagado sobre sua posição nas eleições municipais de 2024, quando Wladimir tentará a reeleição, Bacellar disse que ainda não tem posição firmada.

INFLUÊNCIA DO PAI 

Na entrevista, Rodrigo Bacellar rememorou sua trajetória política; falou da influência do pai, o líder sindical Marcos Bacellar, no seu estilo direto, às vezes duro, de posicionar.

Reconheceu também o papel do ex-presidente André Ceciliano em sua ascensão meteórica na política fluminense:

— Ele me deu posições importantes. A presidência da CCJ, a relatoria do impeachment (de Wilson Wtzel) e das contas do ex-governador Pezão. Pude mostra minha capacidade e assim me credenciar para a presidência.

O presidente da Alerj confirmou o propósito de ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado futuramente, mas, enigmático, afirmou que seu nome está à disposição do grupo político a que pertence para qualquer outra missão.

O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL), homenageou, no plenário da Casa, o trabalho da delegada campista Natália Patrão pela solução do caso que ganhou repercussão nacional – os assassinatos da grávida Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, e de seu filho, Hugo, há quem ela carregava no ventre há oito meses.

Bacellar destacou que o empenho e a dedicação implacável da delegada, e de sua equipe, fizeram com que todos os envolvidos fossem detidos em poucos dias e, em especial, o suspeito de ser o mandante do crime, o pai da criança, que mantinha um relacionamento com Letycia, há 7 anos.

Palavras de Rodrigo:

— Não poderia deixar de, na minha fala hoje, homenagear a companheira, delegada titular, chefe da 134ª Delegacia de Policia do Rio de Janeiro, doutora Natália Patrão, que, como todos puderam observar, nos últimos quatro dias desvendou mais um absurdo praticado contra uma mulher, o que foi destacado nos principais jornais do Brasil a semana inteira. O assassinato de uma moradora da cidade de Campos, grávida de oito meses, com a prisão de todos os envolvidos, quem mandou, quem emprestou a moto para esse assassinato brutal que aconteceu na minha cidade, e que a doutora Natália, de forma brilhante, elucidou o crime de forma célere.

Bacellar disse ainda: 

— A atuação da doutora Natália só demostra que a Policia de todo o Estado, nós aqui do Parlamento, e esse é papel de todos, de todos os cidadãos de bem combater essa prática absurda e desrespeitosa por parte dos homens quando partem para tentar, não só a violência como nos casos de assassinatos de companheira ou ex-companheira.

O presidente da Alerj, após a sessão, ainda lembrou que a delegada da 146ª DP, Pollyana Henriques, solucionou outro caso, com a prisão do suspeito de matar a jovem Flaviana Teixeira de Lima de 23 anos, morta pelo ex-companheiro, no último sábado, em Travessão, também em Campos. "Minha cidade tem três mulheres no comando de delegacias, o que muito me orgulha e me honra".

O deputado estadual Jair Bittencourt (PL) decidiu retirar sua candidatura à presidência da Assembleia Legislativa. Com isso, Rodrigo Bacellar será candidato único ao comando da Casa Legislativa. Mais cedo, o presidente do Tribunal de Justiça Henrique Carlos de Andrade Figueira decidiu que a eleição será secreta, como antecipou a colunista do Extra, Berenice Seara. O pedido foi feito pelo deputado Felipe Poubel (PL). Bittencourt vai se pronunciar sobre a sua decisão em instantes.

Do deputado Rodrigo Bacellar, em entrevista ao Globo, sobre a eleição para o comando da Mesa-Diretora da Assembleia Legislativa, em que enfrentará o deputado Jair Bittencourt:
— A Alerj é uma Casa plural e a necessidade da democracia pede o contraditório. Por isso, é importante a outra chapa. Encerrada a votação, não tem retaliação nem revanchismo. Quem ganhar tem de entender que é presidente de mais 69 colegas parlamentares, que precisa dar todo suporte ao governador e cobrar ações efetivas para a vitória do povo do Estado do Rio.

A entrada do deputado Jair Bittencourt na disputa da presidência da Mesa-Diretora da Assembleia Legislativa levou o governador Cláudio Castro a adiar de hoje para amanhã à noite a viagem que fará a Lisboa para participar de seminário promovido pelo grupo Lide.

Cláudio Castro vai se empenhar pessoalmente na eleição de Rodrigo Bacellar, que é o candidato oficial do Palácio Guanabara. Ao site Agenda do Poder, Castro disse, referindo-se a Jair Bittencourt:

“Não há inimigos, é verdade. Somos adversários neste momento. Mas, é bom lembrar, que tudo tem consequência. Quem foi para o outro lado está se afastando de mim”.

OUTRO CAMPISTA

Caso Rodrigo Bacellar e Jair Bittencourt mantenham as suas candidaturas até amanhã, quando os 70 deputados vão escolher o novo presidente, este será o primeiro confronto em 28 anos. O último também envolveu um campista. Foi em 1995, quando o então deputado Sérgio Cabral venceu Aluízio de Castro.

O vencedor precisará de maioria simples, envolvendo o voto favorável de 36 deputados.

Não se sabe por quanto tempo o prefeito Wladimir Garotinho permanecerá sem filiação partidária. É certo que não tem pressa, já que, pela lei eleitoral, só terá necessidade em fazê-lo seis meses antes de concorrer à reeleição, caso decida buscar novo mandato.

Wladimir não aparenta ser um bolsonarista raiz. Mas votou pela reeleição do presidente. Custou a se posicionar, mas acabou fazendo coro com a maioria do eleitorado de Campos, inclusive com os seus familiares, todos eleitores de Jair Bolsonaro.

Ao buscar um novo partido é possível que a preferência de Wladimir recaia sobre o PL, que, afinal, é o que tem Bolsonaro nos seus quadros. Mas qualquer palpite é precipitado. Até porque não se sabe até quando Bolsonaro permanecerá na legenda.

Além do mais, contra a entrada de Wladimir Garotinho no PL há um peso que merece ser avaliado. É que o deputado estadual Rodrigo Bacellar, que lidera a Oposição em Campos, integra os quadros do partido.

Daí que seria improvável, hoje, projetar uma convivência sob o mesmo teto partidário de Wladimir e Rodrigo. Os dois podem até se reconciliar politicamente. Mas certamente atuando em legendas diferentes.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já chamou o pré-sal brasileiro após a sua descoberta em 2007 de “bilhete premiado”. E o prêmio contempla a administração de Wladimir Garotinho (sem partido).

O repasse turbinado, que cai nos cofres da Prefeitura de Campos, é resultado da combinação entre a disparada do preço do barril de petróleo no mercado internacional, dólar alto e a expansão da produção nacional.

Tal combinação levaram União, estados e municípios a uma arrecadação recorde com royalties e participações especiais da produção de petróleo e gás no país em quatro anos.

Mas a festa pode ter data para terminar. Matéria publicada no Globo revela que tamanha bonança concedida aos caixas dos governos não deve se repetir sob a gestão de Lula a partir de 2023, segundo analistas.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) prevê uma queda de 7,62% na receita total de royalties e participações especiais em 2023. E, a partir de 2024, a expansão deve ser retomada em ritmo bem mais moderado.

Líder da oposição na Câmara Municipal de Campos, o vereador Marquinho Bacellar (SD) avisa: o prefeito Wladimir Garotinho (sem partido) não terá mais um cheque em branco para tocar o seu governo. “A prefeitura conta com três bilhões e quer mais. Não vai ter. A torneira fechou”, assegura.
Segundo Marquinho, a trava de pauta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) é desespero. “Não vai ter mais desperdício do dinheiro público. Só vai passar aqui o que for necessário e bom para a população”. O vereador cita que temas importantes ainda não foram votados, inclusive o reajuste salarial dos servidores.