Gabriel Torres
15/04/2025 23:16 - Atualizado em 15/04/2025 23:16
O projeto de reforma administrativa da Prefeitura de Campos foi aprovado pela Câmara de Vereadores na noite desta terça-feira (15), em sessão que foi prorrogada e passou das 23h. A tramitação do projeto estava suspensa por uma liminar da vereadora Thamires Rangel (PMB), que foi revogada pela Justiça de Campos por volta das 17h30, já com a sessão iniciada.
Sabendo da decisão da Justiça, a maioria de vereadores da base do governo aprovou a prorrogação da sessão por duas horas para que a reforma fosse pautada na sessão. Parlamentares de oposição protestaram, alegando falta de tempo para análise e debates. Foram 18 votos a favor, 5 contrários e uma abstenção.
O vereador Dudu Azevedo (Republicanos) criticou a judicialização do projeto de lei. "Não podemos deixar de forma nenhuma que a nossa prerrogativa de vereador de legislar seja ultrapassada por ninguém. Que esta Casa resolva seus problemas aqui", afirmou.
Nos discursos em plenário, sobrou até para o deputado estadual Thiago Rangel, pai da vereadora Thamires Rangel, que entrou na Justiça para impedir a tramitação da reforma. "Ele fez um comentário nas redes sociais, afirmando 'para quem dizia que era uma criança'. Aqui não tem nenhuma criança, nenhum de nós vereadores somos crianças. Esses discursos fazem crer que existem pessoas trabalhando para que os projetos do governo não sejam levados a sério", falou Dudu Azevedo.
Silvinho Martins também criticou a judicialização da reforma. "Essa coisa de entrar uma lei aqui e a pessoa achar que não tá legal, mandar para o juiz uma eliminar, não justifica", disse o vereador, que continuou: "Tem que ser mantida a prerrogativa do vereador, porquê fomos eleitos pelo povo".
A reforma prevê uma reestruturação da administração pública municipal, com uma nova configuração para os órgãos de administração direta (secretarias) e indireta (fundações e institutos). Entre as pastas criadas e as extintas, a Prefeitura de Campos terá 22 secretarias. Além disso, refefindas as atribuições e competências dos cargos comissionados. Segundo o prefeito Wladimir Garotinho, o objetivo é tornar a gestão menos burocrática e mais eficaz.
Um pé lá e outro cá
Entre os votos contra e a favor, teve a abstenção do vereador Ciro Rocha (SD). Eleito com o apoio do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, Ciro já afirmou que não vota em bloco com a oposição contra os projetos de Wladimir.
Ele inclusive recebeu agradecimento de Juninho Virgílio, líder do governo no Legislativo, por sua abstenção. "Agradeço também aqui o nosso amigo Ciro, que já tá chegando", falou Juninho.