Thiago Rangel: "Hoje, a construção é Rodrigo e Paes no segundo turno""
Aluysio Abreu Barbosa, Cláudio Nogueira e Gabriel Torres 28/05/2025 08:04 - Atualizado em 28/05/2025 13:48
Deputado Thiago Rangel
Deputado Thiago Rangel / Foto: Genilson Pessanha


“Eu acho difícil a gente definir a eleição no primeiro turno. A tendência é que vá Rodrigo e Paes”. Foi o que disse o deputado estadual Thiago Rangel (PMB), entrevistado dessa terça-feira (27) no programa Folha no Ar, na Folha FM 98,3. Pré-candidato à reeleição, ele comentou as articulações para a disputa do Estado em 2026, que levaram o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), à sucessão de Cláudio Castro (PL). Rangel projetou que Bacellar assumirá o governo estadual em outubro de 2025 e afirmou que Wladimir foi precipitado ao dizer que não vai apoiar Rodrigo. Rangel também projetou as eleições a presidente, senador e deputado.
Chances de Bacellar — “A gente sabe que a eleição para governador passa pelos prefeitos. Uma eleição diferente da eleição do município, que é o candidato direto, o contato direto com o povo e ali a população decide quem que vai governar o município. A eleição de governador é uma eleição que passa pelas mãos dos prefeitos e deputados. Então, Rodrigo Bacellar conseguiu algo inédito, que foi a articulação dele da direita à esquerda. E ainda tendo o voto do Psol, que a gente sabe que é bem difícil você conseguir convencer aquela ala do Psol. Inclusive tem um deputado lá que é amigo meu no campo pessoal, Yuri do Psol lá de Petrópolis, e a gente sabe que eles são muito ideológicos ao extremo, extrema esquerda”.
Pampolha no TCE — “Nada impedia, sobre os requisitos, que Pampolha não pudesse ser conselheiro do Tribunal de Contas. A Constituição, a lei orgânica do Estado, o regimento interno da Assembleia Legislativa, não diz que você tem que ter nível superior para você conseguir a vaga do Tribunal de Contas. Você tem que ter o notório saber. Então, ele preencheu os quadros. O Brazão também não tinha faculdade. Pelo que me consta, acho que o ensino médio, não sei. Mas enfim, virou conselheiro. Então, é mais político do que técnico. Vamos ser realistas. A questão da vaga do Tribunal de Contas, principalmente indicação do governo, indicação da Assembleia, é mais político do que técnico. Eu acredito que todas as vagas, até do Ministério Público, são política também. Mas a vaga para conselheiro do Tribunal de Contas é política, extremamente política. Tanto as quatro que são da Assembleia, do governo, no caso do Palácio, do governador, do Ministério Público, todas elas são políticas. E eu confesso, tenho uma amizade pessoal com o Thiago Pampolha, uma amizade muito próxima. É pessoal a minha relação com ele, relação de famílias e o pai dele é muito meu parceiro, muito meu amigo. A gente frequenta a casa um do outro. Então eu acho que nesse momento foi a melhor escolha de Thiago foi ter ido para o Tribunal de Contas e com certeza ele vai ter que contribuir muito. Acho que a escolha dele foi assertiva”.
Pré-candidatura de Bacellar — “Vou falar com isenção, se a gente considerar que o peso que tem a máquina, e a articulação que Bacellar tem, é surpreendente. Como eu havia falado anteriormente, as eleições de governador passam pelos prefeitos e pelos deputados. Então, a possibilidade de Rodrigo hoje virar governador é muito grande”.
Apoio do bolsonarismo — “Nos últimos dias, até a semana passada que eu saí do Rio, a aliança e a parceria entre eles é muito grande, inclusive do Altineu, que é o presidente estadual do PL. Rodrigo está fazendo uma composição partidária muito forte. Projetando a articulação que ele está fazendo entre os partidos, uma articulação que ele vai vir com uma frente muito boa, não só do PL, mas possivelmente até do próprio MDB. A gente sabe ali que tem o Washington Reis, tinha o Thiago, que já não é um obstáculo mais, já foi para o Tribunal de Contas. Então, vejo uma simpatia do grupo bolsonarismo com ele muito grande. O próprio Flávio”.
Consenso — “O que tenho observado, e estou próximo ali, nem tudo a gente também fica sabendo em tempo real, é que a aceitação do bolsonarismo com Bacellar é muito grande. Vejo uma inclinação muito grande do próprio Altineu. Ele que eu acho que é o grande articulador disso também, junto a Flávio, Rueda. Acho que vai superar esses pequenos obstáculos que estão surgindo pelo caminho. E, de fato, acho que o nome de consenso hoje para unir o candidato da máquina é Bacellar. Ele vai estar costurando isso, está trabalhando para ser o candidato, está fazendo as alianças. E a gente sabe que essa costura de bastidor ele é muito bom”.
Wladimir vice de Paes — “Zero (chance). Primeiro que Paes não colocaria na chapa como vice dele alguém que tenha um histórico, não estou falando que é o Wladimir só não, mas qualquer outro vice que comprometa, contamine a chapa dele. O cara que já vem de família, que tem um histórico de desgaste político entre as famílias. Eu acho que o Paes vai ter muito cuidado em relação ao vice que ele vai colocar. Não estou falando só porque é o Wladimir Garotinho. Estou falando do histórico de questões de família, dessa construção dos desgastes que vem tendo ao longo do tempo”.
“Wladimir se precipitou” — “Esse movimento que o Wladimir fez, esse discurso que o Wladimir fez numa inauguração, de falar que nunca apoiaria, que não vai apoiar Rodrigo de maneira nenhuma, de jeito nenhum, acho eu que, inclusive, ele se precipitou em fazer esse discurso. E com certeza, no íntimo dele, ele sabe que se precipitou. Por quê? Primeiro que ele não tem martelo batido lá com o Eduardo, até onde eu sei. Existem conversas, mas não tem uma definição. Ele fazendo esse movimento ‘ah, não vou apoiar o Bacellar em hipótese alguma, de jeito nenhum’, ele fecha a porta de vez aqui com Bacellar e ele se desvaloriza na composição com o próprio Eduardo Paes. Qual o caminho que ele vai tomar? Se ele fechou a porta de um lado, ele só tem um caminho, qual é o outro caminho que ele vai tomar? Acho que esse discurso que ele fez foi muito precipitado. Ele se desequilibrou, ele deve estar passando por alguns problemas realmente”.
Peso da máquina — “A gente sabe o peso que tem a máquina do Governo do Estado. A gente sabe que as prefeituras, os prefeitos, dependem muito do Governo do Estado. E é um lugar que Paes não consegue chegar, no interior do estado do Rio, na Baixada. Acredito que se ele construir um vice da Baixada, isso vai ajudar ele. Por exemplo, vamos lá, hipoteticamente, o que ajudaria ele? É melhor ele ter um vice da Baixada. Poderia ser um Washington Reis? E se fizer uma composição? Isso agregaria na campanha dele”.
Quando Bacellar assume? — “Na minha opinião, em outubro. Até porque eu acho que faz sentido ele ter mais tempo ali para poder se viabilizar. Porque seis meses antes é um tempo muito curto para ele poder construir essas parcerias com as prefeituras. Acho que um ano antes é um prazo considerável, é o que ele precisa realmente para poder se viabilizar mais. O que facilita muito para o Rodrigo hoje também é que é inegável a amizade dele com o Cláudio, a parceria dos dois. O Cláudio hoje escuta muito o Rodrigo, os dois tem uma conexão muito boa entre eles. E já estão fazendo essas agendas juntos, até porque Cláudio já declarou, já está explícito que ele é o candidato do Cláudio, do governo. Eu acho que isso daí está viabilizando muito ele também e ajudando muito, desde já”.
Eleição a presidente — “A gente tem, pelo outro lado, Bolsonaro enfrentando uma dificuldade muito grande, inclusive com essa questão do golpe, do STF. Então você vê que hoje ele está impedido de ser candidato a presidente. Por incrível que pareça, o que está desgastando muito o Lula e o governo dele é a mulher dele, é a Janja. O maior desgaste que você tem hoje com o Lula, pelo incrível que pareça, é a Janja. Sempre criando polêmicas e sempre polêmicas negativas. Então você vê que a pessoa da Janja hoje, ela desgasta muito a figura do Lula. Até pelas dificuldades que ela tem com os ministros, com o próprio filho de Lula. Ela traz muito desgaste para o governo dele”.
Michelle e Tarcísio — “Acho que dois nomes hoje que seriam para representar a direita seria a própria Michelle, que vincula muito a ele. Puxa muito ali na identidade dele e tal. Está muito próxima, é a esposa. E o outro seria o Tarcísio. Eu acho que seria até um bom candidato para a direita, que é um cara que se comunica mais, é menos radical. Eu acho que o nome da direita hoje seria o Tarcísio. Ele é o cara que consegue agregar mais”.
Primeiro ou segundo turno? — “Eu acho que, hoje, a construção é Rodrigo e Eduardo no segundo turno. Não sei a hora que começar, com a máquina e tal. Eu não sei como é que isso fica. Mas até hoje, se você me perguntar, eu acho difícil a gente definir a eleição no primeiro turno. A tendência é que vá Rodrigo e Paes. Rodrigo, por toda a articulação e a máquina do governo do Estado a favor dele, e a articulação que ele está montando. E Eduardo porque já vem apontando há algum tempo. Mas Paes tem uma dificuldade muito grande no interior. De ser muito fechado, de um cara que não é muito cumpridor. Eu vejo os prefeitos reclamando muito de Eduardo sobre isso. Estou falando aqui da região. Você construir o nome de Rodrigo hoje é muito mais fácil que construir o nome de Eduardo”.
Senado — “Acho que uma vaga é do Flávio e é indiscutível. A outra acho que vai ser para o Cláudio, realmente, porque vai vir toda uma estrutura da máquina, vai estar o Rodrigo já governador. E vai desdobrar esforços com uma campanha casada de governador. Então acho que vai atender tanto para a campanha de governo para Bacellar quanto a de Cláudio para senador. Ele na cadeira vai construir a campanha do Cláudio. É o compromisso que ele tem com o Cláudio também. Tem uma pesquisa de senado aí que Cláudio aparece em segundo”.
Direita forte — “A esquerda está fragilizada em candidatura ao Senado. A Benedita não sei se ela vai trocar o certo pelo duvidoso. Ela não vai fazer igual o Ceciliano? Se ele fosse candidato a deputado federal. Lógico que ele cumpriu lá uma missão, com todo o respeito que eu tenho a ele, cumpriu uma missão lá do PT, presidente Lula. Acho que essas duas vagas vão ficar na direita. Vai ficar uma com o Flávio, sem dúvida. E a outra vai ser a articulação de governo”.
Virgílio segurando vaga — “Thiago Virgílio eu acho que está fazendo um protagonismo (na pré-candidatura a deputado estadual) de segurar para Rosinha ou o Garotinho. Minha leitura é essa. Então, vai partir do grupo de Wladimir, Bruno Dauaire, que vão se cruzar, vão enfrentar dificuldades. Porque você tem um membro da família e você tem um cara que ele sempre apoiou, que é Bruno. Diga-se de passagem, muito meu amigo. Enquanto parlamentar a gente se entende bastante. Virgílio, Bruno e Caio. Caio eu acho que vai ser candidato à reeleição de federal. O que Caio deve estar fazendo é o que eu estou fazendo. A gente já costurou desde quando a gente assumiu o mandato. A gente está costurando a nossa reeleição natural, a reeleição estadual. Eu a minha e Caio está costurando a dele de federal. Como é que ele muda assim em cima da hora? Sem ele ter o apoio 100% na máquina. Será que o Wladimir realmente vai ajudar Caio? Será que é isso mesmo que ele quer? Então tem algumas dúvidas nisso. Até onde o Wladimir vai botar a mão em Caio para ajudar a eleger Caio? Então, acho que tem esse ponto de interrogação, não só para mim, mas acho que para toda a questão política da cidade. E vem Carla Machado, a gente sabe que Carla tem um protagonismo muito grande em São João da Barra”.
Projeção à Alerj — “Para estadual, acho que ganham Bruno, eu e Carla. Se Garotinho vier, o quadro muda. Para os nomes que estão postos hoje, eu acho que há possibilidade de ele fazer dois. Isso aí se o pai ou a mãe for candidato. O outro ele não faz. O sarrafo subiu muito. Se Rosinha ou Garotinho forem candidatos, ele vai fazer dois. No geral, considerando Rosinha ou Garotinho, Campos faria quatro deputados estaduais. Para federal, se Wladimir e Tassiana não forem, não vejo ninguém para eleger federal não. Porque na nossa região toda, o único federal que se elegeu foi Murillo Gouvêa”.
SFI — “Meu ponto de vista, tratando São Francisco, Yara, de uma certa forma, não está errada. Vou usar a prerrogativa aqui. Wladimir na semana retrasada esteve aqui, fizeram uma pergunta sobre Frederico continuar no mandato de prefeito. Foi feita uma pergunta a ele sobre Frederico e ele falou que cada um tem um CPF. Eu acho que São Francisco não é diferente disso também. Eu estou observando essa discussão local ali, que já é uma disputa local entre eles. E Yara também não é diferente de conservar o CPF dela também. É o CPF dela que está na frente. Ela não vai ficar ouvindo o marido de uma outra mulher falar o que ela tem que fazer ou deixar de fazer dentro da prefeitura. Imagina se ela for escutar Frederico Barbosa falar para ela o que ela tem que fazer, ela vai sair presa da prefeitura. Na região parece que a Francimara também vai ser candidata a deputada estadual. Foi feita uma composição com Aureo sobre isso. Então, vai ter mais uma candidatura que é a dela”.

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