Robert Redford durante cerimônia do Oscar em 2002
/
Foto: Gary Hershorn JM/Reuters
O ator e cineasta Robert Redford, vencedor do Oscar, morreu aos 89 anos. A morte de Robert foi confirmada à imprensa americana por Cindi Berger, diretora-executiva da agência de atores Rogers & Cowan PMK.
Redford construiu uma das carreiras mais sólidas e respeitadas de Hollywood, tanto diante quanto atrás das câmeras. Ator consagrado desde os anos 1960, ele se destacou em clássicos como "Butch Cassidy" (1969), "Golpe de Mestre" (1973) e "Todos os Homens do Presidente" (1976), papéis que o transformaram em símbolo de carisma e elegância no cinema.
O crítico de cinema e diretor de redação do Grupo Folha, Aluysio Abreu Barbosa, relembrou a trajetória do ator e a grande perda para o cinema.
"Soube migrar de galã a ator consistente, em papeis como 'Mais forte que a vingança' (1972), em sua produtiva parceria com o diretor Sidney Pollack, e em 'Butch Cassidy' (1968), em suas parcerias igualmente férteis com o grande ator Paul Newman e o diretor George Roy Hill. E migrou muito bem a cineasta, dirigindo longas como 'Gente como a gente' (1980), Oscar de melhor filme e diretor de 1981, e 'Nada é para sempre' (1992), que lançou seu rejuvenescido 'sósia' Brad Pitt ao estrato. Grande perda ao cinema!", disse.
“Redford representava bem o tipo de artista bonito, trabalhando muito bem os papeis que lhe cabiam. Ele foi um grande ator de cinema, marcando muito bem uma época em filmes até hoje célebres. Além disso, também foi diretor”, relembra Arthur Soffiati, historiador e crítico de cinema.
Ele deixa a esposa, Sibylle Szaggars, e dois filhos do primeiro casamento com Lola Van Wagenen, Shauna Jean Redford e Amy Hart Redford.
A cinéfila e médica Bárbara Gazineu também relembrou de filmes que fizeram parte da trajetória de Redford, ressaltando ainda sobre seu trabalho de direção.
“Ele começou como ator, desde o início muito promissor e muito bonito. Ele fez vários papéis muito importantes. Para mim, os que marcam muito ele, são ‘Entre Dois Amores’, que foi o filme que eu comecei a ver com a minha mãe quando eu era criança, e ‘Todos os Homens do Presidente’, assim como ‘Butch Cassidy’ e 'Golpe de Mestre' Acho que ele poderia ter ficado a vida inteira como um ator bonito e um galã. Mas o interessante foi que ele não quis só ser um homem bonito, quis papeis mais densos, quis dirigir. Então ele começou a dirigir desde novo, foi muito reconhecido pela direção também, e pelas fortes opiniões políticas (...) Ele não deixou de ser atuante hora nenhuma da vida dele”, relatou Bárbara, que lembrou ainda sobre o Festival de Cinema Sundance, criado pelo ícone do cinema, que resiste até hoje em dia com filmes independentes e voltados para quem está começando na área.